Por Fúlvio Costa
12 / Mar / 2013 14:21
Teve início
nesta segunda-feira, 11, e prossegue até sexta-feira, 15, a Semana de
Formação Missionária para Religiosos e Religiosas, promovida pelo Centro
Cultural Missionário (CCM) e o Instituto Superior de Filosofia Berthier
(IFIBE) de Passo Fundo (RS). A formação, que reúne 40 pessoas, aborda o
estudo da “Missão e Envelhecimento Humano”.
De
acordo com a organização do evento, estudar o envelhecimento em suas
mais diversas vertentes, é importante porque é um tema que preocupa em
escala mundial. “A realidade dos países europeus chegou até o Brasil.
Segundo dados do IBGE, a população acima de 60 anos praticamente dobrou
nas últimas duas décadas. As pessoas com 60 anos ou mais de idade já
representam 12,1% da população total e as congregações religiosas e
missionárias não estão fora deste cenário”, justifica.
Agostinho
Both, doutor educação e professor do curso de mestrado em Ciências do
Envelhecimento da Universidade de Passo Fundo (RS), abordou nesta
terça-feira, 12, o tema Envelhecimento humano: história, conceitos e
concepções. De acordo com ele, é “preciso olhar com cuidado para essa
realidade de envelhecimento, para que a dignidade humana sempre esteja
presente através de intervenções significativas”.
Ele
abordou também sobre a formação de gerontólogos, pessoas que têm cuidado
com a velhice, através do tempo, e alguns conceitos fundamentais
básicos para se pensar melhor a velhice, como conhecer a questão
biológica, psicológica, social, educacional. “São conceitos básicos para
que haja uma abordagem interessante que se dê continuidade à formação
humana das pessoas que envelhecem. Estamos, de forma geral, pensando
sobre o desenvolvimento humano daqueles que já não estão nas atividades
sistemáticas propostas pelas congregações”, afirmou.
Padre
Júlio César, coordenador provincial dos Missionários da Sagrada Família
e professor no IFIBE de Passo Fundo, explica o motivo de a semana de
formação missionária ligar os dois temas, “Missão e Envelhecimento
Humano”. “Muitos dos nossos missionários estão em processo de
envelhecimento. Vemos que o missionário quando está nessa etapa da vida
precisa resignificar o seu modo de viver a missão, pois ele não pode
mais estar na vida ativa, ou realizando tantas atividades e ações
missionárias que até então ele realizava; por isso é importante
compreender a missão nessa fase, para que ele continue em comunhão com a
missão da Igreja e possa viver feliz”, justificou.
Aurizena
Nascimento conhece bem a realidade de religiosas com idade avançada e
vê nesse momento da vida um desafio que requer habilidade e conhecimento
para poder ser vencido. Salesiana, ela tem 76 anos, e trabalha com
religiosas que tem 80 e mais de 90 anos de idade. “Vim ao curso para
poder atender melhor a comunidade na qual estou inserida. São irmãs
idosas, doentes e a gente sempre procura algo que as torne mais felizes,
para podermos acompanhá-las de
maneira mais eficiente”, disse. Para ela, a maior dificuldade de
desenvolver o seu trabalho com as irmãs idosas é não ter capacidade de
torná-las felizes, de fazê-las aceitarem aquela situação da idade
avançada. “O meu maior sonho é vê-las felizes mesmo enfrentando a
doença, a velhice”, frisou.
Irmã
Maria Elizabeth Glória, da Congregação das Filhas da Caridade, participa
da formação para entender melhor a etapa da vida que ela vive no
momento e ajudar os idosos do centro de convivência onde trabalha. Com
67 anos, ela mora em Ceilândia (DF). “Eu quero entender melhor essa
etapa, seus desafios e como poder viver melhor; também para ajudar os
idosos a resgatar a cidadania, a autonomia e favorecer condições de vida
para que eles não precisem se abrigar numa casa de longa permanência”. Fonte: POM
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