O
2º Simpósio de Missiologia que acontece no Centro Cultural Missionário
em Brasília (DF), concentrou os debates nesta quinta-feira, 28, na
teologia da missão. O tema foi abordado pelo teólogo redentorista,
Márcio Fabri dos Anjos, membro da Equipe de Reflexão Teológica da CRB.
O
assessor procurou responder a duas perguntas, que segundo ele são
fundamentais para pensar a missão hoje: quais os sujeitos da missão e
se, a partir da caminhada da Igreja do Brasil é possível a criação de
uma Associação de Missiólogos e Missiólogas.
Sobre os
sujeitos da missão, Márcio Fabri recordou alguns filósofos e teólogos
que ajudam na reconstrução dos conceitos de sujeitos em vista de uma
ação missionária mais eficaz. Ressaltou que os sujeitos humanos a partir
da sua história afetiva, pscico-social e cultural trazem consigo as
suas verdades, o que ele chamou de “veridicções”. No exercício da missão
aquele que vai, leva consigo esses “veredictos” que podem se tornar
opressão ao outro. “Como evitar que as minhas ‘veridicções’ se tornem
opressoras?”, perguntou.
“O encontro como o outro sujeito, ser vivo e semelhante, interpela sobre o sentido da missão e o objetivo de suas tarefas. Entre possibilidade ou ameaça, problema ou solução, ajuda ou clamor por ajuda, estão diferentes sujeitos o que significa encruzilhadas éticas para as tarefas da missão”, disse.
Para Márcio, a missão é oferta diante do clamor e procura.
Ela significa um sair de si em busca do outro, em busca de vida. “Se
olhamos a figura dos discípulos veremos pessoas sempre em busca, como
por exemplo, Zaqueu que vai em busca de quem pode lhe oferecer algo. A
dimensão da missão como oferta e como procura subsidia a missão como
diálogo inter-religioso. A interação com o outro é alimento para nós”,
relatou.
O
assessor chamou a atenção para dois elementos: o sujeito da missão e os
sujeitos na missão. Segundo ele, quando se fala em sujeito da missão se
refere à iniciativa e a iniciativa primeira foi de Deus. Ele é o Sujeito
por excelência da missão, pois é Ele quem quis vir até a humanidade e
iniciar processos de salvação.
A
continuidade de Deus na história, afirma, se dá pelo fato de Ele querer
associar os seres humanos a esta obra e é a presença deste Divino que
torna o homem e a mulher missionários/as.
Os
sujeitos na missão hoje são marcados pela diversidade e pela
pluralidade, o que se torna um grande desafio para o missionário. “É
preciso ter consciência de que como sujeitos na missão somos sempre
discípulos/as. Ao sairmos de nós próprios em missão continuamos sendo
aprendizes, não somos os donos da verdade e podemos aprender na própria
ação missionária”, concluiu.
Associação de Missiólogos
Padre
Márcio encerrou sua fala ressaltando a força da missiologia para uma
teologia mais fecunda. Em sua opinião, missiólogos e missiólogas podem
ajudar na formulação teórica sobre a missão, por isso sugeriu pistas
para a criação de uma Associação de missiólogos no Brasil.
“Uma
Associação eficiente e eficaz que responda aos sinais dos tempos na
Igreja do Brasil, é necessário alguns elementos: membros com critérios
de pertença, direitos e compromissos; metas e meios; uma estrutura
organizacional, elaboração de estatutos, etapas, metas e cronogramas”.
O 2º Simpósio de Missiologia iniciou dia 25 e encerra suas atividades na manhã desta sexta, 01 de março.
Fonte: CRB Nacional
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