quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O lenhador


Conta-se que todos os dias um lenhador subia a montanha para cortar árvores. Enquanto trabalhava, cantava alegremente, pois, embora fosse bastante pobre, nada o afligia.

Certo dia, vendeu uma carga de lenha a um rico da vila e foi à sua mansão fazer a entrega. Quando viu tanto esplendor, disse:

- Ah, se eu fosse rico! Não teria que ganhar a vida com tanto esforço e suor.

Logo após, ouviu uma voz que lhe dizia:

- Seu desejo foi realizado. De hoje em diante, você será rico e tudo o que desejar lhe será concedido.

A princípio, não entendeu o que aquela voz queria dizer, mas quando voltou à sua cabana, viu-a transformada em um palacete. Gostou da vida de rico e deixou de trabalhar.

O tempo passou e, certo dia, enquanto olhava pela janela de seu palácio, viu passar uma caravana com muitos nobres e escravos. Ele pensou:

- Como eu gostaria de ser um rei, com muitos súditos.

De imediato foi atendido, e ele estava sentado em uma bela carruagem, com muitos escravos à sua volta. Mas estava um dia muito quente. Ao olhar pela janela e ver o imponente sol, pensou:

"Como eu gostaria de ser o sol."

Mais uma vez seu desejo foi atendido, e ele se tornou o sol, irradiando calor ao mundo. Tud corria bem, até que, um dia chuvoso, ele tentou penetrar as densas nuvens e não conseguiu.

"Uma nuvem é mais forte do que eu? Desejo ser uma nuvem", pensou.

E assim aconteceu. Transforu-se numa nuvem. Mas, enquanto derramava suas águas, viu um homem a proteger-se da chuva sob uma árvores. Pensou:

"Não sou capaz de vencer uma simples árvore. Desejo ser uma árvore."

E assim aconteceu. Mas logo viu um lenhador aproximar-se com um machado. Com alguns golpes, pôs a árvore ao seu lado no chão. Novamente pensou:

"Uma criatura insignificante é mais poderosa do que eu? Quero ser um lenhador."

E assim voltou à sua velha rotina de subir a montanha para cortar árvores todos os dias, mas muito feliz por voltar a fazer aquilo que realmente lhe trazia realização.

Para refletir

Todos nós temos grandes fardos a carregar na vida, mas as alegrias também são enormes. Muitas vezes, vemos apenas o lado negativo da nossa vida: as dores, os sofrimentos, as decepções… Exatamente por isso, pensamos que viver a vida de outra pessoa é melhor; ser rico é melhor; ser poderoso é melhor. Não se engane, pois as outras pessoas também enfrentam problemas e desilusões. Todos têm seu fardo.

Procure valorizar as coisas boas da sua vida: a sua família, os amigos, a realização profissional, a tranquilidade etc. Certamente há muitas coisas boas e saudáveis na sua rotina diária que dariam inveja a qualquer um. Basta destacá-las e valorizar mais as coisas simples. A realização e a felicidade podem estar muito mais perto do que pensamos; não espere se transformar em várias coisas, como lenhador da parábola, apra perceber o que realmente importa na sua vida. Não espere perder para poder valorizar o que tem.

Mas é claro que nada disso significa acomodar-se. Busque sempre o melhor, mas não lamente-se por aquilo que não é capaz de alcançar.

Estou feliz com a minha vida? O que gostaria de mudar nela? Por quê? Sou capaz de reconhecer as coisas boas da minha vida? Reconheço a importância das pessoas que estão ao meu redor? Como demonstro isso? O que poderia fazer para valorizar mais as coisas que possuo? Como posso buscar uma melhoria de vida sem me frustrar ou magoar? 
Fonte: Catequese Católica

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