sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Troca de dons entre o céu e a terra

Por Padre Geovane Saraiva*
Natal é um convite feito às pessoas de boa vontade de “participar da divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade”, manifestando-se como luz, a iluminar todos os povos no caminho da salvação. No Natal experimentamos misteriosamente “a troca de dons entre o céu e a terra”, na ternura e na esperança, sem jamais ter medo da ternura, no dizer do Papa Francisco.
O Menino Jesus, tão pequeno na gruta de Belém, entrou no mundo como uma criança frágil, vivendo na sociedade de seu tempo, filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José, querendo, evidentemente, desmanchar a montanha do orgulho e do egoísmo, amparado pela simbologia do manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade. Mas ele, sem que as pessoas conseguissem perceber, carregava consigo uma profunda marca, a natureza divina – É o Verbo de Deus que se encarnou e veio se estabelecer entre nós (cf. Jo 1, 14).
A nós católicos cabe exultar e, ao mesmo tempo, contemplar associados aos anjos, que povoaram os céus naquela noite feliz e memorável, no insondável e misterioso coro: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, para que sua chegada encontre morada no interior das pessoas, além de causar-nos uma alegria transbordante, naquele que de modo inexprimível, no dizer de  Santo Afonso Maria de Ligório, “desce das  estrelas, vindo morar numa gruta, ao frio, ao gelo”.
Que este Natal de 2014, a partir dos gestos, atitudes e palavras do nosso querido Papa Francisco, seja de verdade: festa de paz, amor, justiça e fraternidade. Não terá nenhum sentido celebrar o Natal do Senhor, sem que aconteça no nosso interior, profundas mudanças de conversão, aceitando na vida e no dia a dia a atitude pobre, mansa e humilde, “daquele que se dignou assumir nossa humanidade”, de Jesus da Nazaré.
Para a humanidade que parece ter perdido o sentido da vida, eis uma ocasião, a qual não se pode dispensar, para fazer uma profunda revisão de vida, no Menino que o vemos na manjedoura, pobre e frágil, simples e humilde, mas que recorda um número infinito de meninos empobrecidos, cansados de ilusórios presentes. Eles não querem esses ilusórios presentes, porque estão ávidos é de um futuro, marcado de pequenos gestos, gestos concretos traduzidos em despojamento, em amor de verdade!
Saibamos, pois, aproveitar do Natal, festa tão simpática, a qual enche nossos corações de enorme alegria!  Alegria mesmo por toda parte! Vamos ficar bem atentos diante do Evangelho, como palavra de ordem: “Eis que eu anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo” (cf. Lc 2, 10). Mas qual é mesmo a verdadeira alegria? “Nasceu-vos hoje na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (cf. Lc 2, 11).
Na tão sonhada esperança indissolúvel, da terra transformar-se céu e o céu transformar-se terra, é que vos desejo um feliz Natal! – “Porque um menino nasceu para nós, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz” (cf. Is 9,6). Amém!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, articulista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

Valor da família

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

A família é dom de Deus, tem valor inestimável e é espaço privilegiado para o desenvolvimento das virtudes da vida humana. Para os novos tempos, os desafios que a envolvem são muito grandes. Foi por isso que o papa Francisco, preocupado com a família, convocou um Sínodo Extraordinário para tratar de temas pertinentes que envolvem a vida familiar.

As mudanças rápidas dos últimos tempos têm afetado positiva e negativamente a família. Não podemos negar que as novas tecnologias vieram facilitar muito a vida das pessoas. Os meios de comunicação encurtaram distâncias e a mobilidade acontece com muito mais rapidez, mesmo com os imbróglios do intenso trânsito nas cidades.
As influências negativas no contexto familiar são cada vez mais evidentes. Apesar do positivo esforço de valorização dos direitos da pessoa humana, o que conduziu a uma crescente mudança nos relacionamentos, houve como consequência um aumento do individualismo, gerando uma desorganização da natural fraternidade e da convivência das pessoas em suas casas.
Alguns valores foram colocados em crise: a compaixão, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência. Perdemos o sentido da unidade e do sagrado, devido à falta de amor, pois tal unidade só acontece na medida em que os membros se amam, porque, onde existe verdadeiro amor, Deus aí está. Parece que tais realidades não têm sido mais levadas em conta hoje.
O cotidiano da vida familiar é marcado por uma sabedoria divina, fundamentada no respeito e no amor, que está presente no relacionamento existente entre pais e filhos. A ausência disso corresponde a uma ofensa a Deus. No dizer bíblico, esse relacionamento vem acompanhado por uma promessa: “... para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra” (Ef 6,2-3).
Entre os contravalores na vida familiar, Paulo cita alguns que são condenáveis: “ira, furor, malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente” (Cl 3,8). No nosso modo de agir deve estar o valor da dignidade, agradável a Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança. A Família de Nazaré foi modelo no relacionamento, na convivência e no cumprimento dos valores familiares.
Fonte: CNBB

Ele chegou

D. José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

Deus cumpriu a promessa e mandou seu Filho. Ele chegou. Está entre nós, como um de nós, para nos ensinar a viver como Ele. Assim consertamos o convívio, com a prática de seus ensinamentos.

É preciso entender porquê, como, para que e para quem Ele veio. Sua presença entre nós, além de salutar, é educativa e transformadora, mesmo não sendo conhecido e até não aceito por muitos. A incidência de sua missão tem efeito saneador para toda a humanidade, em sentido contrário ao estrago feito por nossos primeiros ancestrais e continuado pela humanidade no decorrer dos tempos.
Ele chegou como criança. Sem a malícia danosa do adulto que julga, peca, estraga o convívio, torna-se muito injusto, usa a inteligência e a ciência para privilegiar alguns em detrimento da maioria, discrimina, diminui o valor da família, explora os mais frágeis, faz guerra e armas para ganhar dinheiro e domínio sobre outros, desperdiça alimento enquanto grande parte passa fome... O Deus feito criança nos ensina as virtudes da verdade, do bem, da pureza de intenção, da doação de si pelo bem do outro, da simplicidade, da atitude de servir e não ser servido, da disponibilidade para ajudar a convivência fraterna e amiga. Ensina o tornar-se criança para se alcançar o Reino do céu...
Ele chegou porque nos criou à sua imagem e semelhança. O ser humano desqualificou a habitação de Deus em si e se endeusou. Quando isso acontece, um explora o outro, julga-se com o poder divino deturpado. Nenhum ser humano é Deus. Sem Deus ele se auto-destrói e arrasa o convívio com o semelhante e com a natureza. O Emanuel veio implantar uma nova ordem social. O instrumento necessário por Ele usado e ensinado é o amor. Só o verdadeiro amor, provindo de Deus, constrói.
Sua chegada se dá para dar força à relação salvadora do divino com o humano. Uma vez desfeita essa relação com o pecado da autossuficiência humana, só a vinda do alto pode pontificar a passagem do relativo humano ao absoluto divino. A religião puramente humana não é capaz de fazer isso. O humano, contando só com suas forças, não é capaz de fazer a transposição do natural ao sobrenatural. Foi preciso Deus vir até nós para o entrecruzamento do liame indelével das duas naturezas do Filho de Deus para unir o divino com o humano. A própria fé religiosa, para ter seu efeito de benefício pleno a nós, precisa fazer a ligação das hastes vertical e horizontal, ou seja, de nossa relação com Deus e com o semelhante, na prática da justiça e do amor.
Ele veio para quem é carente, caído, deserdado, pobre, desesperançoso, incapaz de encontrar sozinho o sentido da vida e da solução para seus problemas e limites, para quem se sente e é desumano, buscando socorro para seus limites... Ele é quem precisamos: um de nós com o poder de nos tornar verdadeiramente humanos, cumulando-nos com sua realidade divina! É o Deus-conosco!
 Fonte: CNBB

Natal, delicadeza de Deus

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

O Natal se aproxima e, enquanto se vive, de diversos modos, o clima festivo dessa época do ano, é oportuno deixar ecoar nos corações o apelo convocatório de Santo Agostinho, lá no século quinto, em um de seus sermões: “Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua causa, repito, Deus se fez homem. Estarias morto para sempre, se ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te. Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia temporal e tão breve.” Esse apelo essencial é vivamente oportuno no coração deste tempo.

Diante do desafio de se construir a paz universal, uma questão deve interpelar cada pessoa: existe outro fundamento maior e mais completo dessa paz que o amor revelado no Filho de Deus encarnado, Jesus Cristo? A celebração do Natal ultrapassa as luzes e cores não raramente presentes nas praças e casas. Alguns enfeites com tons mais chamativos, mas sem força para remeter ao núcleo central do Natal do Senhor: a manifestação mais plena e incontestável de amor. Acolhido no mais íntimo do coração, esse amor reconcilia cada um com Deus e consigo mesmo, renova as relações entre as pessoas e gera uma indispensável sede de fraternidade, único remédio para se vencer a guerra e acabar com o flagelo amedrontador da violência.
O Natal é a festa do amor e da reconciliação. O presépio, na sua singeleza com força educativa, quando surge no atual contexto - marcado pelas estratégias, armações, cálculos e disputas pelo poder - remete-nos à simplicidade como caminho para descobrir o segredo de saber viver. Não apenas pela indiscutível singeleza da manjedoura, fora da cidade, entre os animais. Acima de tudo, pelo desconcerto que se experimenta ao contemplá-lo, quando se constata que a entrada de Deus no mundo, o Filho encarnado, ocorre sem apego algum à condição divina. O presépio, portanto, é remédio para o orgulho e a altivez.
A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, a festa do Natal, é o antídoto que combate, na raiz, o sofrimento. Desmobiliza a lógica da prepotência, alimentada pelo desejo de dominar e explorar os outros, por ideologias de poder e ódios que se perpetuam entre pessoas, grupos, partidos, tribos, culturas e nações. O verdadeiro sentido do Natal está na contramão desses descompassos que alimentam incontáveis cenários e impedem avanços. Há um silabário da justiça e uma gramática da paz cuja aprendizagem não tem escola mais adequada e eficiente do que aquela em que Ele, Cristo, é o mestre. Seus ensinamentos, pela força pedagógica de sua proximidade - Natal é festa da proximidade de Deus - não se reduz e não se traduz em qualquer tipo de manifestação, mesmo as que contêm elementos religiosos.
O desvirtuamento que se vê impetrado sobre o sentido do Natal pelo consumismo não é menor do que aquele advindo de equivocadas expressões, dinâmicas e práticas religiosas. São casas de culto que buscam apropriar-se do Natal sem priorizar a construção das bases da personalidade e da cultura a partir do que há de mais autêntico nas raízes cristãs. Silenciosamente, esses desvirtuamentos comerciais e culturais estão produzindo uma séria crise que atinge a beleza do cristianismo e a sua contribuição incalculável para a paz.
Ainda é tempo de cuidar para não se perder experiências de fé que produziram heranças inestimáveis, são bases de culturas e caminho para construir um mundo melhor. Ecoe mais uma vez a indicação de Santo Agostinho: “Como veio a paz à terra senão por ter a verdade brotado da terra, isto é, Cristo ter nascido em carne humana? Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, para que fôssemos homens de boa vontade, unidos uns aos outros pelo suave vínculo da caridade.” Nessa compreensão e vivência se poderá, copiosamente, celebrar o Natal, delicadeza de Deus.
Fonte: CNBB

Sem os pobres não há Natal

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora (MG)

Os momentos em que mais me sinto feliz durante o ano têm sido os dias que passo entre os pobres. Algumas vezes vou à obra Pequeninos de Jesus, celebrar, rezar, tomar alguma refeição com os pobres mais pobres da cidade de Juiz de Fora.

Todos os anos, às vésperas de Natal não deixo de ir e procuro passar algumas horas entre os moradores de rua e outras pessoas marcadas pela situação de pobreza extrema ou de pesado sofrimento.
Um grupo de muitos voluntários católicos, juntamente com alguns diáconos permanentes, passa o ano inteiro com eles, indo todos os dias, para servir-lhes o café da manhã, acudi-los nos problemas de saúde, encaminhá-los aos recursos possíveis, oferecer-lhes tratamento dentário, higiene corporal, corte de cabelo, e serviços em geral. Promovem campanhas para angariar roupas, calçados e outras coisas necessárias, além de algum numerário para despesas em favor dos pequeninos. Às vezes encontram sucesso na obra da caridade, às vezes não. Às vezes encontram apoio social, às vezes não. Às vezes encontram compreensão, às vezes não. Às vezes encontram pronta adesão às campanhas, às vezes não. Tudo oferecem a Deus que enviou seu Filho para nascer pobre entre os pobres de Belém. Move-lhes o coração a palavra de Cristo: Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que estareis fazendo (Mt. 25, 45).
O Natal tem que ser a festa dos pobres, da caridade, da solidariedade, da comunhão de bens, da gratuidade, pois Deus ao enviar-nos a Salvação o fez por todos estes meios e foi extremamente misericordioso com nossa miséria humana.
A ternura do Natal, sua celebração litúrgica e social enche o coração de alegria quando é revestido de seu verdadeiro sentido: o esplendor da luz de Deus acontecendo na alma humana, ensinado o que é mesmo viver.
O Papa Francisco nos presenteou com este pensamento: No coração de Deus, ocupam lugar preferencial os pobres, tanto que até Ele mesmo «se fez pobre» (2Cor 8,9). Todo o caminho da nossa redenção está assinalado pelos pobres. Esta salvação veio a nós através do «sim» duma jovem humilde, de uma pequena povoação perdida na periferia de um grande império. O Salvador nasceu num presépio, entre animais, como sucedia com os filhos dos mais pobres; foi apresentado no Templo, juntamente com duas pombinhas, a oferta de quem não podia permitir-se pagar um cordeiro (cf. Lc 2,24; Lv 5,7); cresceu num lar de simples trabalhadores e trabalhou com as suas mãos para ganhar o pão. Quando começou a anunciar o Reino, seguiam-no multidões de deserdados, pondo assim em evidência o que Ele mesmo dissera: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4,18). A quantos sentiam o peso do sofrimento, acabrunhados pela pobreza, assegurou que Deus os tinha no âmago do seu coração: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus» (Lc 6,20); e com eles se identificou: «Tive fome e destes-me de comer», ensinando que a misericórdia para com eles é a chave do Céu (cf. Mt 25,34-40). (Evangelii Gaudium, 197)
Descobri uma coisa: se o Natal não incluir efetivamente os pobres não será autêntico e pouco valerá celebrá-lo.
Feliz Natal!
Fonte: CNBB

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

É Natal

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

“Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida” (São Leão Magno).

Vitória. Perdão. Vida. Tudo isso nos é dado porque “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).
No dia 25 de março, a Igreja celebra a anunciação do Senhor e a encarnação do Verbo; nove meses depois, no dia 25 de dezembro, o Verbo encarnado nasce para que possamos ver a sua glória velada, mas real. O menino frágil e dependente de Maria e de José é o Filho de Deus encarnado; é ele e somente ele quem pode dar-nos a vitória, o perdão e a vida.
Mas podemos recomeçar! O perdão de Deus se nos oferece constantemente para que, com alegria, vivamos a nossa fé. Por mais pecador que sejamos não deveremos ter medo do Senhor; Ele se fez tão pequeno para que os pequenos deste mundo se aproximassem dele com a esperança da reconciliação com Deus e com todos os homens. Nem permitiremos que alguma falta de perdão aos outros invada o nosso coração neste dia santo. Abriremos de par em par o nosso ser a Deus e a todos os homens e mulheres, máxime àqueles que estão próximos a nós. Tais pessoas merecem a nossa atenção, gratidão e estima. Lembremo-nos da oração que o Senhor nos ensinou: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Perdoemos! Perdoemos de coração a quem nos ofendeu e sentiremos um grande alívio, uma grande paz, uma restauração que vai do mais profundo ao mais periférico do nosso ser.
Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1,5). A vida do Filho de Deus ilumina a vida dos filhos dos homens. Ilumina-a porque a retira das trevas do pecado e da morte. Ilumina-a porque dá sentido ao que antes estava desorientado. Ilumina-a porque dá todos os meios necessários para alcançar a felicidade já neste mundo e, depois, na eternidade. Talvez muitas pessoas se considerem como que “jogadas aí na existência”, e aí deixadas simplesmente porque não descobriram o projeto de Deus para a sua vida. É misterioso e, ao mesmo tempo, é duro pensar que nós, seres humanos, podemos frustrar os desígnios de Deus. Foi exatamente isso que aconteceu com alguns dos contemporâneos de Jesus, fariseus e mestres da Lei, dos quais se diz que ao rejeitarem o batismo de João e, posteriormente, o de Jesus, “tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus” (Lc 7,30).
Eis a graça, a glória, o mistério desta Noite! Por isso a alegria: o Deus fiel cumpriu o que prometera e ultrapassou toda promessa. Nesta Noite tão Santa, tão única, tão cheia de frescor, como são comoventes as palavras do Apóstolo na segunda leitura. Olhem o presépio, e escutem, olhem a manjedoura e prestem atenção: “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver nesse mundo com equilíbrio, justiça e piedade”. Olhem o presépio! Olhem o presépio: a graça de Deus é uma Criança, o Menino que nos foi dado! A graça de Deus está “envolvida em faixas e deitada numa manjedoura”. Que graça pequeninha; que graça tão grande! Que graça tão frágil; que graça tão forte! Quem é tão duro de coração que não se comova? Quem é tão desumano que não se emocione? Quem é tão pecador que não queira aproximar-se de Deus? Quem é tão insensível que não sinta, nesta Noite, o desejo de amar, o desejo de ser bom, o desejo de paz, o desejo de se deixar abraçar por Deus? “Não tenhais medo!” Quem quer que sejas tu: não temas! Não tenhas receio pelos teus pecados, não te afastes da graça desta Noite por causa das tuas infidelidades! Compreende: hoje, teu Deus vem a ti! Vem a ti a Paz, vem a ti o Perdão, vem a ti a Misericórdia, vem a ti a Plenitude do teu coração e o sonho da tua vida! Hoje nasceu para ti, para nós, um Salvador!
Não tornaremos inútil o projeto de Deus para nós. Ao participarmos das celebrações da Igreja durante estes dias solenes, aproximar-nos-emos do presépio humilde de Belém e pediremos ao Senhor que a sua Vida encha a nossa vida, que o nosso amor encha o nosso coração e que nas nossas vidas se cumpram os eternos desígnios da Santíssima Trindade.
Maria, a Mãe de Jesus, está segurando o Menino Jesus nos seus braços e quer deixar que também nós tenhamos em nossos braços o Divino Infante. Ela sabe que só Ele tem a chave para todos os mistérios da nossa vida. Jesus, sendo verdadeiro Deus, é também o verdadeiro homem que mostra em si mesmo como deve ser a criatura humana segundo os projetos eternos.
Feliz Natal para todos, e que o Menino Deus ilumine nossos caminhos!
 Fonte: CNBB

Comissão analisa contribuições ao texto de Estudo 107 da CNBB


A Comissão de preparação do texto de Estudo 107 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Cristão leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da terra e luz do mundo”, está reunida, na sede da entidade, em Brasília (DF), para ajustes na redação a partir das contribuições e emendas enviadas pelas dioceses de todo o Brasil. O encontro teve início ontem, 16, e segue nesta quinta-feira, dia 18.
 O bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Severino Clasen, considerou “bastante significativas” as contribuições enviadas, sobretudo as que dizem respeito aos leigos engajados nas atividades eclesiais e  posicionamentos sobre a atuação na sociedade, por meio de sindicatos, associações e na política.
Antes da 53ª Assembleia Geral da CNBB (AG), que acontecerá em abril de 2015, em Aparecida (SP), o texto alterado será enviado aos bispos. Após leitura, uma nova versão, ainda como texto de Estudos, será votada no evento, uma vez que o assunto é um dos temas prioritários da pauta.
Participam da reunião, além de dom Severino, os bispos de Porto Velho (RO), dom Esmeraldo Barreto de Farias, e de Macapá (AP), dom Pedro José Conti, e os assessores e peritos, Lúcia Pedrosa, Geraldo Aguiar, César e Ivenise.
Fonte: CNBB

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Oração : São Lázaro

Leigos missionários são convocados para a Missão na Amazônia

  
16 / Dez / 2014 21:15
O Conselho Missionário Regional (Comire) do Estado de São Paulo, em sintonia com o Projeto Regional Sul 1 - Norte 1 da CNBB e apoiado pelo Centro Missionário de São Paulo enviou, Helena Pereira de Lima e Antônio Belchior, para uma visita à cidade de Tefé (AM) com o objetivo de descobrir formas de ajudar aquela prelazia.
A visita dos missionários leigos aconteceu no mês de novembro e proporcionou uma experiência riquíssima em contato com as comunidades ribeirinhas da região.
Na chegada a Manaus os missionários foram acolhidos pelos padres combonianos italianos, Valter Borghesi e Fausto Beretta, e padre Bruno Nzigiye, natural de Uganda, que lhes descreveram a realidade da paróquia e das comunidades. No dia seguinte já na cidade de Tefé foram acolhidos pelo padre Valdemar Aparecido enviado pelo Projeto Sul 1 - Norte1 da CNBB, missionário há oito anos na prelazia.
Tefé é um município no interior do estado do Amazonas, distante 523 km da capital Manaus, e 2.304 km de Brasília (DF). A área do município, nos primórdios era habitada pelos povos indígenas, em especial pelos Tupebas ou Tapibas que deu origem ao nome Tefé. Devido às condições geográficas há apenas duas maneiras para se chegar à cidade, de barco ou de avião. Na cidade os missionários se deslocam de moto-taxi, meio de transporte comum no local. Tefé parece uma cidade como tantas outras do nosso Brasil, mas aos poucos, vai se descobrindo as grandes dificuldades que ela concentra pelas desigualdades sociais.
De Tefé os Helena e Belchior rumaram para Uarini, município distante duas horas de barco. O local é conhecido pela farinha em sua qualidade e quantidade. A paróquia Divino Espírito Santo que pertence à prelazia de Tefé, conta com 32 comunidades ribeirinhas e são assistidas pelo padre Sidiomar Patrício Nunes. Segundo dados do IBGE a população de Uarini soma mais de 12 mil habitantes, sendo que oito
 mil estão concentrados no vilarejo e os demais espalhados nas pequenas comunidades ribeirinhas.
Segundo Belchior, “a presença do leigo é fundamental na vida das comunidades ribeirinhas onde os padres têm muita dificuldade de chegar tanto pela distância como pelos custos das viagens. Em muitas localidades a visita dos padres acontece uma vez por ano. Por exemplo, para se chegar à cidade Itamarati, que ainda está dentro da prelazia, é preciso uma semana de barco”.
Helena explica que, “a participação dos leigos enviados pelo Projeto cumpre o papel de marcar presença nas comunidades, enquanto o padre está ausente, evitando a proliferação de ‘seitas’ e ajudando na formação das lideranças locais para assumirem os trabalhos pastorais e a realização da Celebração da Palavra. Nessa região essas lideranças são chamadas de catequistas”.
O papa Francisco, nos convida: “...Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo (...) prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas a uma Igreja enferma pelo fechamento e comodidade de agarrar as próprias seguranças” (EG 49). E diz mais: “Convido a todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades” (EG 33).
A prelazia de Tefé, em suas comunidades ribeirinhas, pede socorro, por isso os cristãos que desejam ajudar no Projeto Sul 1 - Norte 1 e que tenham disponibilidade e vocação para atender ao chamado missionário devem buscar formação missionária. O Centro Cultural Missionário (CCM) de Brasília (DF), organismo vinculado à CNBB, em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Comissão Episcopal para Amazônia, oferece cursos com enfoque na Amazônia, para leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos e presbíteros.
Mais informações sobre cursos: www.ccm.org.br
Comunicação Comire, Regional Sul 1.
Fonte: POM

Pastoral Carcerária deseja um feliz natal!

Aniversário com os pobres

O Papa festejou hoje [17] seu aniversário natalício na praça de São Pedro com oito pobres de Roma que lhe ofereceram o presente mais apreciado: um ramo de gira-sóis que compraram porque «olham para o sol e assim nunca perdem a esperança». Quem entregou a homenagem floreal foi Ominiabons, um jovem nigeriano. Emocionado, o Papa, por sua vez ofereceu uma prenda a cada um deles com um abraço especial a um jovem muçulmano que também festejava hoje o aniversário.
Os pobres foram acompanhados à praça pelo arcebispo esmoler Konrad Krajeweski, que lhes fez «uma surpresa». Na manhã de hoje saiu muito cedo do Vaticano com um carrinho e foi ao dormitório aberto pelas irmãs de Madre Teresa em «via Rattazzi, na estação Termini. Aqui convidou cinco pessoas para o encontro com o Papa, juntamente com o pe. Giovanni, um sacerdote polaco que escolheu viver naquela estrutura de acolhimento no período dos seus estudos romanos. Em seguida, foi a buscar três idosas com perturbações psíquicas, assistidas na Casa dom de Maria no Vaticano.
O grupo – composto por um nigeriano, um marroquino, um polaco, um albanês, uma eslovaca, uma romena e dois italianos – chegou à praça quando a audiência estava para iniciar e ocupou o lugar reservado pela Prefeitura da Casa Pontifícia: na primeira fila, precisamente ao lado dos doentes que o Papa saudou pessoalmente, um por um. E precisamente aos refeitórios para os pobres romanos será destinado outro presente feito ao papa Francisco que chega hoje ao Vaticano da Espanha: oitocentos quilos de frangos oferecidos oferecidos pela cooperativa Coren. A ideia foi de uma criança filho de um dos responsáveis.
Particularmente apreciado pelo Papa também o presente que veio da Coreia: um pacote de biscoitos, preparado e confeccionado por jovens deficientes da Aldeia das flores que Francisco teve ocasião de encontrar, em Agosto, na sua viagem à Ásia. Quem entregou o presente foi a jornalista Hwang Soo Kyung, da Korean broadcasting system, que trouxe um vídeo com muitas mensagens de agradecimento ao Pontífice pela sua visita.
Outro presente apreciado foi o bolo com as cores da Argentina, com as velas, apresentado por um grupo de legionários de Cristo durante o passeio de jipe. E também a presença festiva de três mil bailarinos de tango, que, precisamente em honra do Papa, no final da audiência dançaram na praça Pio XII. «O tango é um abraço e onde há abraços não há violência» disse Cristina Camorani, promotora da iniciativa. Antes da audiência, no arco dos sinos, o arcebispo Agostino Marchetto apresentou-lhe, juntamente com os organizadores, conteúdos e catálogo da exposição «Os Papa da esperança», que está em Castel Sant’Angelo e ficará aberta até 11 de Janeiro.
A esta manhã foi a última audiência do ano. A prefeitura da Casa Pontifícia informou que em 2014 foram 1.199.00 as pessoas que participaram nas quarenta e três audiências. O próximo encontro de quarta-feira será no dia 7 de Janeiro de 2015.
Fonte:News.va

Papa Francisco celebra 78 anos

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O papa Francisco comemora hoje 78 anos de vida. Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina.  É jesuíta e foi nomeado arcebispo da capital argentina em 1998. Bergoglio foi eleito pelo conclave em 28 de fevereiro de 2013, sucedendo Bento XVI.
No sábado, 13 de dezembro, o papa Francisco completou 45 anos de ordenação sacerdotal. Sua ordenação presbiteral ocorreu em 1969. O Vaticano não programou nenhum ato oficial para celebrar o aniversário do pontífice, como é de costume. No ano passado, o papa convidou moradores de rua para almoçar com ele.
Em vídeo-mensagem, por ocasião da data, o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis cumprimentou o papa Francisco por seu aniversário.
“A Igreja no Brasil une-se  a toda a Igreja para louvar e agradecer a Deus pelo dom da vida do papa Francisco. Ele que colocou sua vida como sacerdote e bispo a serviço da Igreja, do Evangelho e do povo de Deus. Agora como pastor universal da Igreja, como sucessor de Pedro, entregou sua vida com generosidade e alegria, uma vida toda a serviço da Igreja”.
Por CNBB

Catedral Metropolitana de Fortaleza divulga programação de Natal e Ano Novo

CATEDRAL 2011
- Dia 24 de dezembro - Celebração da Santa Missa, às 20 horas, presidida por Dom José Antonio, arcebispo de Fortaleza;
- Dia 25 de dezembro - Celebração da Santa Missa nos seguintes horários: 10h, presidida pelo Pe. Brendan Coleman Mc Donald; 12h, presidida pelo Pe. Clairton, pároco da Catedral; 18h30min, presidida pelo Pe. Luis Alberto; 20h, presidida pelo Pe. Clairton, pároco da Catedral;
- Dia 31 de dezembro - Celebração da Santa Missa às 20 horas (Ação de Graças – Ano Novo) presidida por Dom José Antonio, arcebispo de Fortaleza;
- Dia 01 de janeiro de 2014 - Solenidade da Santa Mãe de Deus, Dia Mundial da Paz e Fraternidade Universal. Celebração da Santa Missa nos seguintes horários: 12h, presidida pelo Pe. Clairton, pároco da Catedral; 18h30min, presidida pelo Pe. Luis Alberto; 20h, presidida pelo Pe. Clairton, pároco da Catedral.
Informações na Secretária da Catedral com Claudenir  Holanda: (85) 3231 4196.

Natal, festa da esperança

Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Amparo (SP)
Natal é para nós ocasião única de renovar a fé na encarnação do Filho de Deus. Comemoramos nesta data a manifestação grandiosa do amor misericordioso de Deus: Ele veio até nós para nos elevar até Ele! A festa é de luz e esperança!

O mais comovente é que Ele veio na pobreza e simplicidade. Já de início deu esta lição, difícil de ser assimilada. A lição que Ele nos dá é que “sem a gramática da simplicidade nós não podemos nos aproximar e adentrar o mistério”, como disse o papa Francisco no Rio de Janeiro em seu encontro com os bispos brasileiros.
A palavra que a Igreja deve anunciar ao mundo é esta: Deus se fez carne a veio morar entre nós; Jesus, o Filho de Deus é semelhante a nós em tudo, menos no pecado: “Nele habita a plenitude da divindade” (Cl 2,9). E todos nós cristãos, atestamos e testemunhamos este amor misericordioso de Deus quando vivemos o Evangelho.
Viver o Evangelho é dar primazia ao amor. Deus não perguntou se a humanidade era digna de recebê-lo. Ele veio primeiro na sua encarnação, depois ele ensinou o evangelho da vida. A justiça humana julga o homem pelo seu passado amarrando-o a este passado, muitas vezes de faltas e pecados. A justiça de Deus, seu amor por nós, pelo contrário, dá um voto de confiança impelindo para o futuro e enchendo-nos de esperança.
Recebamos com gratidão o dom de Deus: o menino Jesus, adorado por Maria, José e os pastores na gruta de Belém. A grandeza desta cena ultrapassa nossa imaginação, e nos puxa para dentro do mistério cósmico da presença misteriosa de Deus em tudo. A confusão no mundo é grande, mas muito maior é a nova ordem da graça, estabelecida por Deus a partir de Jesus seu filho que se fez um de nós. Sabemos pela fé que para Deus tudo é possível e mal não vencerá: a última palavra é da vida!
Primeiro vem a adoração de José e Maria, depois vem o canto dos anjos, anunciando o nascimento do menino Jesus. Que possamos também celebrar primeiro com amor a nossa fé, comemorando o aniversariante. Depois comemorar com os parentes e amigos nas festas natalinas. Que estas comemorações possam ser inclusivas. Chame alguém que esteja só, ou que não tem como comemorar, sua festa se enriquecerá com a presença do Senhor.
Não tenham medo de remar contra a corrente, disse o papa Francisco aos jovens no memento do Angelus em 23 de junho de 2013: Não tenham medo de remar contra a corrente, quando vos querem roubar a esperança, quando vos propõem valores estragados, como comida azedada que acabam fazendo mal.
O grande dom que o menino Jesus nos trás, o verdadeiro presente de natal é a esperança: “Ninguém pode viver sem esperança, os que perdem a esperança se tornam selvagens e malvados” (D. Bonhoeffer). Feliz Natal!
Fonte: CNBB

Nova Casa

Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo de Montes Claros (MG)

O ser humano surge com a vida oferecida pela natureza. Esta possui limites e fragilidades. Desde o berço os primeiros humanos se fragilizaram, perdendo a oportunidade de contar com a força divina para construir a própria história. Sem Deus ninguém é capaz de superar os limites de suas fraquezas. A inteligência com todas as suas descobertas científicas e a ação construtora do progresso econômico e tecnológico não é capaz, por si só, de ir além de seu potencial. A pessoa humana tem desejo de ir além de si, até chegar o que é próprio do divino. Podemos comparar esse intento como a de alguém desejoso de que seu carro seja como um avião, correndo além de suas possibilidades.

Não fosse o amor ilimitado de Deus, ficaríamos no chão de nossa caminhada terrestre, e até no chão bastante danificado com a agressão humana à natureza e à sua convivência com o semelhante. O Criador se faz presente na nossa história, vindo assumir nossa natureza, mas dando a todos o potencial que perdemos, desde o começo, com nosso veículo existencial impedido de ir até o infinito do Divino. Podemos, assim, chegar até ele de modo plenamente realizador. O Filho de Deus vem restaurar o divino no humano com seu amor, para quem se deixa renovar por Ele.
A nova casa existencial humana é possível. Maria torna-se a sede fundamental da mesma. O anjo lhe diz: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lucas 1,28). A esperança renasce para todos, mesmo se multidões desconheçam o fato. O filho de Maria vem à nova casa humana para chamar cada um dos humanos a habitar nela. A Igreja não é a finalidade de tudo. Mas o instrumento querido e necessário do Filho de Deus para indicar a todos que a vida terrestre dos filhos de Deus pode e deve ser a realidade onde todos se tratam como irmãos e irmãos. Fazem, deste modo, uma convivência no amor humano e divino de quem trata o semelhante com desvelo, justiça e solidariedade. A habitação terrestre é importante, mas provisória. É base para o lançamento da vida em direção ao eterno, no encontro definitivo com o Criador.
O rei Davi quis construir uma casa para Deus morar no meio do povo. Mas teve que esperar e preparar a construção para seu filho Salomão executar esse empreendimento (Cf. 2 Samuel 7,1-16). Mais do que uma habitação em sede de alvenaria, Deus, de fato, veio habitar na sede do coração humano. Quem se tornar a casa feita na sustentação do amor divino, torna-se habitação do Senhor. Quando o ser humano se coloca em abertura para aceitar as coordenadas divinas, então vem a ser moradia divina. Suas atitudes são motivadas pelo amor que não tem limites. Torna-se pessoa de promoção do bem na família e na sociedade. Constrói ponte de ligação na harmonia da convivência fraterna e base de promoção da vida digna para todos. Como Maria diz com generosidade: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1,38). Ela nos ensina a ser a nova casa de Deus.
Fonte: CNBB

Novena de Natal

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

O tempo do Advento é constituído das quatro semanas que antecedem o Natal do Senhor. É, portanto, tempo de piedosa espera. Ora, esperar uma pessoa querida requer alegre e cuidadosa preparação. Esta preparação para o Natal tem dupla característica: tempo de preparação para as solenidades do Natal nas quais se recorda a primeira vinda do Filho de Deus ao meio dos homens; e, simultaneamente, tempo em que, com esta recordação, os espíritos se dirigem para a expectativa da segunda vinda de Cristo no final dos tempos. Celebrando a cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança do tão grande amor de Deus para conosco. A bela liturgia da Igreja, da missa, das horas com seus cânticos e sinais nos ajudam a abrir o coração. A celebração penitencial e os sinais caritativos durante esta época nos fazem converter os corações. A atitude de oração contínua abre-nos, por Cristo, em Cristo e com o Espírito Santo, à contemplação do rosto do Pai, colocando-nos em comunhão e sintonia com a Trindade, fonte de santidade, de alegria e da verdadeira paz.

Uma tradição religiosa que costuma ser realizada na preparação de momentos importantes, a Novena faz parte do patrimônio da religiosidade popular. Diante do Advento, vivido pela Igreja antes da celebração do Natal, não poderia ser diferente. A montagem do presépio, a intensificação do espírito de caridade e a Novena de Natal fazem parte da vida dos cristãos.
A Novena do Natal em família ou em pequena comunidade é uma expressão belíssima de preparação cristã do Natal. Em nossa Arquidiocese, o tema deste ano é o “Natal da Esperança”! Participe de algum grupo da sua comunidade, vizinhança, condomínio, apartamento ou mesmo no seu ambiente de trabalho. O espírito do Natal é a aproximação entre as pessoas, que cria a cultura do encontro. Só com a cultura do encontro superamos o individualismo e o isolamento que empobrecem a vida.
Natal é festa de luz! Inúmeras lâmpadas coloridas enfeitam as fachadas e interiores das casas, ruas e igrejas. É tempo de festejar o nascimento do Menino Jesus, a luz que é fonte e origem de toda a criação e que veio nos visitar. Cremos que Ele é quem dá contorno à vida e a tira da escuridão. Porém, a grande luz deve estar na vida e no coração de todos nós que esperamos celebrar um natal cristão que nos aprofunde no acolhimento d’Aquele que veio, vem e virá.
A Novena do Natal com o tema da esperança que a nossa Arquidiocese propôs é justamente a oportunidade de preparar o próximo ano, quando este tema será enfocado em todas as atividades pastorais. Nos textos de nossa conferência episcopal será sobre o tema da luz segundo João, preparando o mês da bíblia do próximo ano. Outras dioceses e regionais também enfocaram o Natal através de vários temas. Em suma, é uma oportunidade de vivenciarmos o Natal e aprofundarmos nossa fé e nossos relacionamentos com os nossos vizinhos. Meditando a vida e os ensinamentos de Jesus, nos é dada a oportunidade de iluminar as nossas ações.
A segunda atitude é a da Reconciliação. É a reconciliação com Deus-Trindade e reconciliação com as pessoas: familiares, parentes, amigos e colegas de trabalho. É bom celebrar o Natal livre dos ressentimentos, das mágoas, do rancor contra os nossos semelhantes. Lembre-se: o perdão é o mais salutar remédio para curar as feridas causadas pelas desavenças. Por isso, voltemos aos confessionários para procurar a graça de Deus. Nesses dias acontecem os mutirões de confissões, nos quais oportunidades de confessores extraordinários são dadas a todos os paroquianos. Todos deveriam aproveitar dessa ocasião para preparar o seu coração para ser a digna morada do Senhor Jesus. Além disso, tenho certeza de que os nossos padres se colocam à disposição em conformidade com as necessidades dos fiéis, para o atendimento da confissão auricular, pois uma confissão individual completa nos afasta do pecado e nos resgata a graça santificante.
A terceira atitude é a Caridade. O tempo do Advento é propício para o exercício da solidariedade e amor fraterno às pessoas mais necessitadas e sofredoras. Atos de solidariedade dignificam e enobrecem a alma humana! Os gestos solícitos de bondade e de generosidade encantam a vida, tornando-a bela e grandiosa! Porquanto, a alegria e a felicidade de viver encontramos nos pequenos gestos de bondade e solidariedade em favor dos irmãos. Neste tempo que antecede o Natal, vamos escancarar as portas do coração e da vida para acolher o Rei dos Reis que vai chegar! Jesus é o “Príncipe da paz” (Mq 5,4) que veio instaurar o reino de fraternidade e paz no mundo!
Portanto, a Novena está em consonância com a exortação apostólica do papa Francisco, “A alegria do Evangelho”, que fala da conversão pastoral. É também uma resposta à recente proposta lançada durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, que ofereceu à Igreja no Brasil o documento “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. A conversão pastoral da paróquia passa pela vivência comunitária, na sua comunidade, dos valores do Evangelho.
Formemos nossos grupos de Novena do Natal e preparemo-nos publicamente para o nascimento do Redentor.
Boa novena para todos!
Fonte: CNBB

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Grande Concerto de Natal: Domingo de Luz na Catedral Metropolitana de Fortaleza

cocnerto500O Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz, evento musical e religioso, será realizado pelo sétimo ano consecutivo em homenagem ao Menino Deus com a participação de grande orquestra, o Coral Noite de Belém e um grupo de regentes eleitos pela Comissão Organizadora do evento.
É uma produção que reúne mais de 50 profissionais – jornalistas, publicitários, apresentadores, decoradores, produtores e técnicos de imagem e som. É um evento aberto ao público oferecido gratuitamente à população possibilitando geração de emprego e renda a inúmeros profissionais primários.
Este ano o projeto será executado dia 14 de dezembro com início às 16:30 h,  em um domingo, no mesmo cenário, a Catedral Metropolitana de Fortaleza. Será transmitido via internet em tempo real, permitindo assim que cidadãos de todo o mundo possam assistir e vivenciar o espetáculo maior que Fortaleza tem, unindo a família cearense, os empresários, os profissionais de vários segmentos, os trabalhadores, enfim a população sensível a este tipo de programação.
O Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz versão 2014 tem o expressivo interesse em reunir 5.000 pessoas onde todos prestigiam a orquestra e o coral do Grande Concerto de Natal, um evento único de comunhão que estimula a união, a confraternização, a solidariedade e a paz.
Informações: (85) 3081-7277 I 9695-2002 – www.grandeconcertodenatal.com.br
Por Rubens Frota, da Comissão Organizadora do Grande Concerto de Natal – Domingo de Luz.

Francisco longe das heresias

geovane200Por Padre Geovane Saraiva*
Bem aventurados aqueles que acolhem e se deixam conduzir pela Palavra de Deus, tendo-a como eterna e sagrada, na qual se edificam sonhos e projetos de vida. O Papa Francisco ao comentar o Evangelho da casa edificada sobre a rocha, ou sobre a areia, na missa do dia 04.12.2014, disse que “Não basta se declarar cristão, é preciso agir”, deixando claro que o cristão não pode ser de aparência, mas deve colocar em prática o amor de Jesus, mostrando-nos portanto, que a missão de santificar, ensinar e governar tem sempre como fundamento a Boa Nova da salvação, anunciando Jesus Cristo, o Evangelho por excelência, maior e melhor dom inigualável de riqueza, que Deus Pai fez descer do céu, abrindo nossos olhos, quando afirma: “A Igreja é chamada a aproximar-se de todas as pessoas, começando pelos mais pobres e aqueles que sofrem”
No Jornal El País em 03.12.2014 o jornalista Juan Arias fala que os burocratas da Igreja o acusam entre dentes de que fala pouco de Deus e muito dos homens, sobretudo, dos mais marginalizados pela sociedade, sendo cada vez menos amado por setores da hierarquia da Igreja do que pelas pessoas, dizendo que Francisco gosta menos de muitos devotos do que da caravana humana dos que sofrem.  Para ele, bastam as páginas dos evangelhos que estão mais povoados de histórias de marginalizados e excluídos do convívio social do que de glória e triunfos divinos, indicando que o Santo Padre cita menos documentos e encíclicas. Em verdade Francisco tem absoluta convicção de que a promessa do Pai se concretiza no Filho Jesus Cristo que “sendo rico, se fez pobre, a fim de nos enriquecer com sua pobreza” (cf. 2Cor 8, 9), e que “Os orgulhosos, os vaidosos, os cristãos de aparência” – sublinhou o Papa Francisco – “serão derrubados, humilhados”, enquanto “os pobres serão os que vão triunfar, os pobres em espírito, aqueles que diante de Deus não se sentem importantes, os humildes, e que realizam a salvação, colocando em prática a Palavra do Senhor”.
Ainda segundo o referido colunista, o Sumo Pontífice opta em falar mais da criatura humana como imagem e semelhança de Deus do que da divindade, o que começa a ser visto como uma heresia. Sinceramente não compreendo a relação disto com uma heresia, sendo que Francisco tem manifestado posições que carregam a marca redentora do absoluto de Deus, associado e intimamente unido a Jesus de Nazaré, que foi pregado aos trinta e três anos de idade numa cruz, por ter percebido os sinais dos tempos e sido exagerado em defender os empobrecidos, antevendo neles seu próprio aniquilamento, sua suprema dor e angústia, em uma realidade misteriosa, da qual não se pode dissociar o humano do divino. Retomando o assunto anterior do Bispo de Roma, ao assegurar que “não basta pertencer a uma família muito católica, a uma associação ou ser um benfeitor se, depois, não se faz a vontade de Deus. ‘Muitos cristãos de aparência caem nas primeiras tentações’, afirmou, porque não têm ‘substância’, construíram sua casa sobre a areia”.
Dentre as inúmeras e inspiradoras frases de Francisco, duas em especial, relacionadas a este contexto, vêm à minha mente neste instante: “Vivemos na religião mais desigual do mundo”; “A paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade”. Uma construção na qual reina a paz precisa ser sólida e segura no seu alicerce, indo na direção do Romano Pontífice, deixando claro que os cristãos jamais poderão se distanciar dos seus ensinamentos, ao encerrar a referida homilia, na Casa Santa Marta, citando São Bernardo de Claraval: “Pense, homem, o que será de você: alimento para os vermes”. “Os vermes irão nos comer, a todos” – recordou o Papa – “Se não temos esta rocha, vamos acabar pisoteados”: “Neste tempo de preparação para o Natal pedimos ao Senhor para sermos firmes na rocha que é Ele, a nossa esperança é Ele. Todos nós somos pecadores, somos fracos, mas se colocarmos a esperança n’Ele podemos avançar. E esta é a alegria de um cristão: saber que n’Ele há esperança, há perdão, há paz, há alegria. E não colocar a nossa esperança em coisas que hoje existem e amanhã não existem mais”. Assim Seja!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, articulista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com

A coroa do advento – 2014

padre-Brendan200Na Igreja Católica o período de quatro semanas preparatórias para o Natal é chamado Advento. O termo é cristão, mas de origem profana, pois significa visita oficial de uma personagem importante no tempo da sua posse. Nos escritos cristãos dos primeiros séculos torna-se termo clássico para designar a vinda de Cristo. A história do Advento, no rito romano, começa no século Vl, no sentido de espera jubilosa do Natal, e a sua pré-história remonta às Gálias e à Espanha dos fins do século lV, como preparação ascética para Natal-Epifania. A liturgia romana dá grande valor à Mãe de Cristo, sobretudo nas Quatro Têmporas e na vigília do Natal. O tempo do Advento tem dupla índole: (a) é o tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus; e (b) é o tempo em que, por esta comemoração, as mentes se voltam para a expectação da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por essas razões, o tempo de advento se apresenta como o tempo de devota e alegre expectativa. O advento, portanto, já não se considera como tempo penitencial (cf. Dicionário Enciclopédico das  Religiões, Vol.1, p.74)
O Advento é caracterizado, sobretudo pela ideia do encontro com Deus, e a realização da promessa de sua irrestrita presença entre nós. Cada ano, no tempo do Advento, a Igreja Católica apresenta a “Coroa do Advento”. A coroa com lugares para quatro velas é  frequentemente enfeitada com ramos verdes, e com fitas coloridas. No primeiro domingo do Advento uma vela amarela é acesa recordando o profeta Isaías anunciando a salvação e a vinda do Messias por volta do ano 500 a.C. É uma luz pálida (amarela) porque a salvação é ainda distante.
No segundo domingo uma vela vermelha é acesa recordando o precursor de Jesus, São João Batista, testemunhando que a chegada do Salvador está próxima. A vela é vermelha indicando o martírio de São João Batista. No terceiro domingo uma vela rosa ou roxa é colocada na Coroa, indicando Maria, a bem aventurada, trazendo o próprio Salvador e a alegria da salvação.  No quarto domingo uma vela verde é colocada na Coroa, indicando Jesus, trazendo a alegria da salvação. “Verde da árvore da vida, broto da raiz de Jessé”.
Na missa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo uma vela branca é colocada na Coroa um pouco mais alto do que as outras quatro velas indicando a chegada de Jesus, a luz do mundo. Deus nasce no meio de nós, feito homem como nós. Traz consigo a plenitude da divindade. As quatro velas da Coroa do Advento retomam o costume judaico de celebrar a vida da luz na humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais.
Em cada domingo, então, se acende uma vela. Ela poderá ser trazida na processão de entrada da seguinte maneira: a cruz processional, a Vela do Advento, a Bíblia (ou lecionário), de onde serão proclamadas as leituras. No momento da aclamação do Evangelho,  um coroinha deve ascender solenemente a vela. A pessoa que ascender a vela deve permanecer junto à mesa da Palavra de onde é proclamado o Evangelho. Terminada a proclamação, quem preside coloca a vela na Coroa do Advento.
                                                      Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Gritem ao mundo que Jesus Cristo está preso

marcoO Menino Deus que tanta ternura desperta em nós no Natal, é o mesmo que disse : “Eu estava preso e vocês me visitaram”.
Para nós que fazemos a Pastoral Carcerária, cada ida aos presídios é um profundo mergulho no mistério do Filho do Homem que se faz encarcerado na carne de cada pessoa encarcerada. Olhos nos olhos, cada encontro é uma oportunidade impar de conversão permanente à mística da verdadeira misericórdia que nos obriga a combater, sem ambiguidades, todo tipo de violência, de preconceito, de falso moralismo e de atitudes paternalista. Pois, foi Ele quem disse que tudo que fizermos “a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram”.
Neste Natal também, em que pese o crime de quem está atrás das grades dos nossos cárceres desumanos e desumanizadores, repete-se a profecia de Jesus de Nazaré pelos gritos entalados na garganta dos encarcerados e encarceradas e de seus familiares:
É justa nossa maneira de cuidar de quem está preso?
Qual a visão de pessoa humana e de sociedade está por trás das nossas práticas penitenciárias?
Que ideal de Justiça representam?
Que Justiça é esta que pune indiscriminadamente e quase sempre, somente aqueles que poucas ou nenhuma oportunidade receberam da vida?
Será que uma consciência humana e cristã mais coerente não é capaz de oferecer outras respostas para o problema da criminalidade?
Estamos combatendo a criminalidade dentro de um quadro cultural adequado?
Qual a missão das Igrejas perante a injustiça institucionalizada no Sistema Judiciário e Penitenciário?rebeliaoalpinopolis400
Há poucos dias, o papa Francisco, na mensagem de Natal em resposta às numerosas cartas postadas pelos presos do cárcere de Latina, na Itália, assim falava:
“As horas, os dias, os meses e os anos passados, ou que vocês estão transcorrendo nesta Casa de Latina sejam vistos e vividos não como tempo perdido ou como uma punição temporária, mas como mais uma oportunidade para o crescimento real para encontrar a paz do coração e a força para nascer de novo e voltar a viver a esperança no Senhor, que nunca desilude”.
Nós, agentes de pastoral carcerária, conhecemos a abertura de inúmeros corações que nem as grades de ferro e nem as muralhas conseguem prender. Tudo isso nos confere autoridade para não cansar de repetir em alto e bom som, doa em quem doer: “O sistema penitenciário brasileiro e a sociedade também, estão colaborando para tanto?
Estas e muitas outras são as profecias que a evangelização nos cárceres não pode calar.
Por Padre Marco Passerini / Sacerdote da congregação dos Missionários Combonianos e Coordenador da Pastoral Carcerária do Regional Nordeste I.
Leia mais artigos em http://marcopasserini.blogspot.com.br/
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza