terça-feira, 21 de julho de 2015

Consequências da fé



 Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.



Alguns coríntios, levados pelas filosofias do tempo, achavam que os sofrimentos e perseguições enfrentados por Paulo não tinham sentido nem valor. Melhor seria morrer para habitar junto do Senhor. Paulo concorda, em parte, com eles. Ele também achava preferível morrer e estar com o Senhor, mas o continuar vivendo acarreta, tanto para ele como para os cristãos de Corinto, sérias responsabilidades das quais não podiam subtrair-se. Essas responsabilidades se referiam ao uso do corpo: o de Paulo estava marcado pelas torturas: “Sem cessar e por toda parte levamos no nosso corpo a agonia de Jesus”. Alguns cristãos de Corinto achavam tudo isso exagerado; mais ainda, achando que só o espírito é que tem valor, supunham que o corpo fosse naturalmente destinado ao prazer.

No trecho da carta de São Paulo aos coríntios, na segunda leitura do décimo primeiro domingo do Tempo Comum, Paulo é movido pela confiança e pela fé. O centro do texto é o versículo 7: “Caminhamos pela fé e não pela visão”. A fé tem consequências concretas. Para Paulo, crer é comprometer-se, em comunidade, com o projeto de Deus, vivendo o amor, enfrentando e superando todos os obstáculos que aparecem, sobretudo sofrimentos e perseguições, esforçando-se por agradar a Deus. Paulo conclui seu pensamento falando das contas que cada um terá de prestar a Cristo “segundo o que tiver feito de bom ou de mau, enquanto estava no corpo.” Portanto, não se trata de fugir do corpo para ir ao encontro de Cristo; pelo contrário, é através dele que podemos estar definitivamente com Deus. Tudo depende do uso que dele fazemos Para São Paulo, o corpo do cristão é templo do Espírito, membro de Cristo, destinado a formar comunhão com as pessoas e com Deus.

Que possamos meditar sobre isto e avaliar se, na realidade, estamos fazemos bom uso do nosso corpo, se o estamos usando para propagar a violência e a opressão ou se estamos usando o nosso corpo para que, através dele possamos construir um mundo de paz. 
Fonte: Catequese Católica

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