domingo, 6 de dezembro de 2015

Jubileu da Misericórdia

Dom José Gislon
Bispo de Erexim (RS)

No próximo dia 8 de dezembro, terça-feira, solenidade da Imaculada Conceição de N. Sra. e cinquentenário da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II, terá início, na Igreja Católica, o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Assim como na vida de uma família, a celebração do jubileu de matrimônio dos pais motiva todas as pessoas a participarem como um momento de graça e de alegria pela perseverança no amor do casal, na Igreja, a celebração do Jubileu da Misericórdia, é um momento especial para abrirmos as portas do nosso coração e deixarmos que a misericórdia de Deus renove a nossa vida, na fé, na alegria, no amor, na esperança, na caridade e na justiça.
O Jubileu da Misericórdia é para ser vivido à luz da palavra do Senhor. Por isso, traz como lema: “Misericordiosos como o Pai”, lembrando as palavras do Evangelho de São Lucas: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,27). Portanto, celebrar o Jubileu é peregrinar, é fazer um caminho de renovação espiritual interior através de um conhecimento mais profundo da Palavra do Senhor. Esse conhecimento ou familiaridade com a Palavra de Deus, podemos adquiri-lo através da leitura ou da escuta. Mas para que não fique só conhecimento ou caia no vazio, precisamos recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra, rompendo a barreira da superficialidade que domina as relações na sociedade do nosso tempo, tanto no aspecto humano como no espiritual. Deixemos, portanto, que a Palavra de Deus alimente a nossa vida de fé, os nossos gestos de caridade, o nosso amor pelo próximo, as nossas relações humanas, a nossa disponibilidade de discípulos e missionários do Reino, anunciadores e construtores de paz. Assim, poderemos não apenas sonhar com um mundo novo, onde as relações sejam mais fraternas, mais humanas e pacíficas, mas também solidárias e comprometidas com a defesa da vida e da casa comum, porque nos sentiremos mais irmãos. Irmãos que se amam, porque amados e reconciliados pela ternura e misericórdia de Deus.
O Jubileu da Misericórdia pode ser um tempo de graça na caminhada de fé e na vida espiritual de cada um de nós. Depende de como vamos acolhê-lo e vivê-lo. Podemos não acolhê-lo ou vivê-lo na indiferença, como algo muito distante da nossa vida de fé. Mas podemos também abrir as portas do coração para viver este momento único, lembrando que a misericórdia é a perfeição da essência divina, o coração do Evangelho, segundo nosso Papa Francisco. Deus perdoa e a misericórdia divina transborda toda medida. Deixe que ela chegue até o seu coração, neste ano do Jubileu da Misericórdia.
Tende todos um bom domingo.
Fonte: CNBB

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