O Secretário do Pontifício Conselho
para a Família, Dom Jean Laffitte, recordou que as pessoas divorciadas
que voltam a casar devem participar da Santa Missa e participar da
Comunhão somente de maneira espiritual.
Em uma entrevista concedida ao grupo
ACI no dia 25 de julho em Roma, Dom Laffitte assinalou, que as pessoas
divorciadas que voltaram a casar, embora não possam receber a comunhão
eucarística “continuam estando plenamente dentro da Igreja” e “sempre
podem ter uma comunhão espiritual frutífera”.
Ao lembrar a Exortação Apostólica do
Beato João Paulo II, Familiaris Consortio, o Prelado explicou que existe
uma diferença entre a comunhão espiritual e a comunhão eucarística, que
afirma que sem a primeira, não pode existir a segunda.
Neste sentido, Dom Laffitte indicou
que a comunhão espiritual é a forma em que a pessoa se une pessoalmente a
Cristo no momento da redenção do Santo Sacrifício, para assim, depois,
receber a comunhão eucarística.
Nesta perspectiva, “as pessoas que por
alguma razão não podem receber a Santa Comunhão, sempre podem ter uma
comunhão espiritual frutífera”, remarcou.
“Isto não é uma disciplina inventada
pela Igreja” e, portanto, no matrimônio, “os cônjuges fazem um pacto com
Deus, e Deus faz um pacto com eles”, que cria um sacramento
indissolúvel. Uma segunda união “o converteria em algo contraditório e
contrário ao sacramental”.
Finalmente, Dom Laffite explicou, que
para a comunhão é necessário preparar o coração para receber ao Senhor, e
deste modo, quando os divorciados que voltaram a casar deixam de
comungar, “dão muito mais honra ao Senhor com seu sacrifício e
oferecendo-se eles mesmos, através da dor que têm nos seus corações, no
sacramento da Eucaristia”.
“Eles sofrem por isso, mas, há mais
honra dada pelo corpo de Cristo nesta situação, que quando os batizados
vão de maneira superficial e às vezes, de maneira pouco digna, a receber
a Comunhão, seja qual seja o estado de suas almas”, concluiu.
Os divorciados que voltam a casar e o sacramento da Comunhão
A Congregação da Doutrina para a Fé
expressou na sua carta a todos os bispos do mundo de outubro de 1994,
que uma pessoa divorciada que volta a casar não pode participar da
Comunhão, porque o matrimônio “é a imagem da relação entre Cristo e a
sua Igreja”.
Nesse aspecto, a Igreja explica que os
divorciados que voltam a casar sem um decreto de nulidade para o
primeiro matrimônio, encontram-se em uma relação de adultério que não
lhes permite arrepender-se honestamente, para receber a absolvição de
seus pecados e, por conseguinte, a Santa Comunhão.
Neste contexto, para aproximar-se dos
Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, devem resolver a
irregularidade matrimonial pelo Tribunal dos Processos Matrimoniais ou
outros procedimentos que se aplicam aos matrimônios dos não batizados,
se for o caso.
Ao respeito o Beato João Paulo II
assinala que “a Igreja deseja que estes casais participem da vida da
Igreja até onde lhes seja possível (e esta participação na Missa,
adoração Eucarística, devoções e outros serão de grande ajuda espiritual
para eles) enquanto trabalham para obter a completa participação
sacramental”.
Fonte: comshalom/blogcarmadelio
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