sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como anda o Projeto Missionário das Igrejas de São Paulo e Amazônia


Neste Mês Missionário, o secretário adjunto do Regional Sul 1 da CNBB e responsável do Projeto Missionário Norte 1 – Sul 1 (norte do Amazonas e Roraima – São Paulo) padre Nelson Rosselli Filho foi entrevistado pelo jornalista Renato Papis, do Regional Sul 1. Na conversa ele relata a sua visita missionária à Amazônia.

Durante oito dias, de 26 de agosto a 4 de setembro, o sacerdote visitou os missionários e missionárias, mantidos pelo Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1 na Amazônia.
Padre Nelson, quando começou a sua viagem? Quais as cidades da Amazônia o senhor visitou?
Comecei a minha viagem no dia 26 de agosto. Cheguei a Tabatinga (AM) no dia 27 de agosto onde visitei a Izalene Tiene e o padre Isaías Daniel. Partindo para Tefé (AM) encontrei a Glória de Freitas e o padre Valdemar Aparecido dos Reis. Depois de uma viagem de 8h30 de lancha, partindo de Tefé para as cidades de Anori (AM) e Anamã, prelazia de Coari, me encontrei com os padres Antonio França e Carlos Enrique dos Santos da Silva. No dia 4 de setembro voltei para São Paulo.
Quais as maiores dificuldades encontradas naquela região?
A questão indígena que passa pelo reconhecimento do direito a terra, pelo resgate a identidade cultural e pelo serviço de saúde; o avanço rápido das comunidades evangélicas nos rincões mais afastados; as migrações frequentes que levam a perder as raízes culturais e a fragmentação de valores; a exploração descontrolada da Amazônia e a cobiça de organizações estrangeiras; o fenômeno da urbanização, gerando desemprego, rincões de pobreza, sem infraestrutura de educação e saúde. Quanto a presença da Igreja na região amazônica, os maiores desafios são os poucos recursos financeiros para desenvolver suas atividades evangelizadoras e o número insuficiente de  missionários, padres religiosos e leigos (as).
Fale-nos um pouco do Projeto Missionário? Quando nasceu?
Criado há dezoito anos pelos bispos do estado de São Paulo, através do presidente na época, dom Eduardo Koaik, o Projeto vem colaborando, com o envio de missionários (as) que doam, pelo menos, três anos de sua vida para a missão na Igreja da Amazônia. O compromisso do Projeto, que hoje reúne oito missionários, é com a Igreja local, com a população amazônica, que deve fazer parte de nossos cuidados pastorais. Assim nasceu o Projeto Missionário cheio de entusiasmo e coragem.
Quais são as realidades onde mais aparecem os bons resultados do trabalho dos missionários mantidos pelo Projeto?
Com o decorrer da minha viagem, me dei conta dos bons frutos do projeto para com a Igreja da Amazônia: Começamos com o número de missionários e missionárias que o projeto já enviou. Foram mais de 70 missionários entre padres, religiosas e leigas. A Izalene coordena uma comissão para trabalhar a Campanha da Fraternidade em Tabatinga (AM), e assessora a organização e formação dos cristãos leigos e leigas na Diocese. O padre Isaías é vigário paroquial em Tabatinga e está organizando o Serviço de Animação Vocacional Diocesano.
A Glória mora em Tefé e trabalha na Pastoral da Saúde; padre Antonio França atua como pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Anori na Prelazia de Coari; padre Carlos Enrique é pároco do Santuário São Francisco de Anamã; padre Valdemar mora em Tefé, e trabalha como Vigário Geral e no Centro Vocacional da prelazia de Tefé e a Maria Soares de Camargo exerce seu trabalho missionário na diocese de Boa Vista (RR), junto com o bispo de Roraima, dom Roque Paloschi.
Além disso, percebi o bom andamento do Projeto, sobretudo no trabalho desenvolvido pelos nossos missionários, inseridos no meio do povo e da cultura local e sua profunda comunhão e harmonia entre os missionários e o bispo da região.
Sabemos que o maior e mais importante problema da região é o da terra, mas também existem outros problemas, como a questão indígena, desmatamento. Como os missionários lidam com esses problemas no trabalho pastoral com os amazonenses?
Com certeza nossa presença na Amazônia visa o anúncio do Evangelho. Os nossos missionários estão presentes no meio das comunidades ribeirinhas, ajudando-os em suas dificuldades e sofrimentos do dia a dia e conhecendo a realidade amazônica, através da formação social, humanitária e religiosa, principalmente na animação pastoral e evangelizadora.
Voltemos, então, a sua visita. De tudo o que o senhor visitou quais as experiências mais marcantes?
O estilo de vida simples de nossos missionários: a humildade em ouvir, conhecer, partilhar e amar o povo amazonense e a espiritualidade dos missionários.
Quais os outros aspectos poderiam ainda ser mencionados da sua visita, nessa entrevista?
Recordo o encontro que tive com os bispos das dioceses e prelazias que visitei. Pude também acompanhar por um dia a viagem missionária de bispos de diversas dioceses do Brasil à Amazônia. O convite foi feito pelo arcebispo militar do Brasil, dom Osvino José Both, na Assembleia Geral da CNBB. Outro aspecto que marcou, foi a passagem dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), à Paróquia São Raimundo Nonato, em São Raimundo, em Manaus e também minha ida à Colômbia e Peru (tríplice fronteira), onde visitei as comunidades de Islândia e Santa Rosa de Lima.
Como resumiria a sua visita de oito dias0 à Amazônia?
Essa viagem foi um momento de graças e bênçãos recebidas por Deus. Temos uma missão muito importante para com a Igreja Amazônica: principalmente o desafio que o Sínodo nos coloca: “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”, levar o Pão da Palavra, da Eucaristia, da justiça social e reavivar o dom da fé com os nossos irmãos que ali vivem.
Qual mensagem poderia transmitir àqueles/as que desejam ser missionário/a?
A evangelização na Amazônia é um desafio que nos encanta. Conheça o nosso Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1, enviando um e-mail cnbbs1@cnbbsul1.org.br. Lembro também a intenção missionária do mês de setembro “Ajuda às Igrejas pobres”. Para que aumente nas comunidades cristãs a disponibilidade de enviar missionários e missionárias: presbíteros, religiosos (as) e leigos (as) como também recursos materiais, a fim de ajudarem as Igrejas mais pobres. Termino minha entrevista, tendo a consciência de que nosso projeto colaborará muito na evangelização das prelazias e dioceses que compõem o Regional Norte 1; peço o apoio de todos, principalmente na colaboração espiritual através das orações e na divulgação do projeto Sul 1 – Norte 1.
Fonte: CNBB SUL 1/Renato Papis
Pe. Nelson é o primeiro da direita para a esquerda nas duas fotos

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