No Evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: “Senhor, ensina-nos a orar”,
instruindo seus discípulos nos elementos da oração apropriada, pelo
modelo de oração que Ele dá. Hoje, Jesus enfatiza a importância da fé na
oração feita com persistência, conforme aparece claramente na parábola
do amigo à meia-noite.
Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um
hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo.
Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai
ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é
abrupta e insensível: “Não me importunes; a porta já está fechada, e
os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me
para tos dar”.
A reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar, até que
seu “amigo” veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que
continuar uma discussão a essa hora da noite. A moral da história,
indicada no versículo oito, é que a “persistência” ou a “falta de
acanhamento” do hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa
situação em que os laços de amizade e de afinidade mostraram-se
ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a
persistência e a fé esperançosa na oração.
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a
quem bate, abrir-se-lhe-á”.
É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa e
não simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má
vontade e Ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O
argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o
melhor. Se verdadeiramente somos amados de Deus em vez de desprezados, e
se Ele está ansioso – antes que hesitante – para ouvir nossos pedidos,
por que a fidelidade na oração não produziria não somente um ouvido
atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que pedimos que for
consistente com sua sabedoria divina?
Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na
oração indo além da certeza de que Deus ouve a oração de seu filho, a
uma concentração no objeto da súplica. Enquanto há, certamente, exemplos
de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a maioria das
pessoas – não importa se são más – não dão intencionalmente aos seus
filhos presentes perigosos: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas
dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito
Santo àqueles que lho pedirem?”
Novamente, o argumento é feito contrastando o pior com o melhor. Se
podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada
ou por causa da “afeição natural” por seus filhos, não podemos ser
absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que apenas um amigo e
pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho e a
influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e
fielmente?
Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do seu coração o lugar da
acolhida do projeto de Deus em sua vida. Com fé, esperança e confiança,
bate à porta, suplique, chore apresentando todas as suas preocupações.
Tenho a plena certeza de que o Senhor ouvirá, atenderá e responderá
abundantemente de acordo com a qualidade da nossa oração.
O desafio se chama persistência, disciplina e fidelidade na oração.
Portanto, como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também
digo a você: “Reze sem cessar”, ou seja: “Não pare de rezar!”
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova
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