Estes
dias fala-se em toda parte de Fortaleza do Carnaval 2013. É realmente o
assunto do dia. A cidade está recebendo muitos turistas. Repletos os
transportes, que chegam e que saem. Alguns vêm para participar do
carnaval nos clubes, na orla marítima e nas avenidas da cidade. Outros
se afastam da capital para as cidades e sítios pacatos do interior em
busca de paz e tranqüilidade. Outros ainda se dirigem aos retiros
espirituais onde passam o tempo em oração e reflexão. Existem também
carnavais alternativos, como por exemplo, o Renascer. Nos dias 10, 11 e
12 de fevereiro haverá no Ginásio poliesportivo Paulo Sarasate o
Renascer, um evento que consta de palestras, reflexões, atividades
artísticas, oração, louvor, missa, adoração do Santíssimo e muitos
cânticos religiosos com a Banda Missionária Shalom. Há outros carnavais
alternativos também, como o “Renovar” nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro
no Colégio Antonieta Siqueira em Pici, com o mesmo conteúdo do
“Renascer”. O que é o carnaval? O carnaval tornou-se um curto período de
divertimento mais intenso, antecedendo imediatamente à Santa Quaresma,
que é um período de quarenta dias durante o qual os cristãos enfatizam
penitências, jejuns e orações em preparação para a maior festa litúrgica
do ano – a Páscoa.
Antigamente, durante a Quaresma, os
cristãos se abstinham totalmente de divertimentos. Assim, aos poucos
entrou o costume de divertimentos mais intensivos nos dias anteriores a
este período sacro de quarenta dias. Estes dias de divertimento
receberam o nome de carnaval. Como cristão o que devemos pensar do
carnaval? Sem dúvida, não podemos aplaudir divertimentos desenfreados.
Temos que lamentar especialmente nesta época a intemperança e a falta de
pudor, que deixam enormes estragos no corpo e nas consciências das
pessoas. Num mundo que já perdeu há muito tempo o sentido do pecado, a
falta da dimensão sobrenatural em nossas vidas reduz a violação da Lei
de Deus ao horizonte meramente humano, com as mais funestas
conseqüências. Este horizontalismo nos leva a negação do pecado e é
responsável por uma série de distorções no relacionamento social e
religioso. O cristão deve reagir contra os excessos do carnaval,
evitando participar em divertimentos que ele sabe serem pecaminosos. É
importante ressaltar que a Igreja Católica não é, em si, contra o
divertimento sadio. Deus, mediante sua Igreja, quer ver seus filhos e
filhas felizes. O que a Igreja condena são os excessos cometidos no
carnaval. A embriaguez, a droga, a falta de pudor e os pecados cometidos
contra o sexto mandamento de Deus, e o consequente comportamento
descontrolado. Os resultados destes excessos aparecerão nos meios de
comunicação social na Quarta-feira das Cinzas, com muitos mortos em
acidentes evitáveis, pessoas feridas e machucadas fisicamente e
espiritualmente.
As festas carnavalescas abrigam uma gama
extraordinariamente diversificada de ingredientes, desde o mais erótico
ao inocente. O bom senso de cada um, e a consciência formada hão de
indicar, aos que preferem carnaval, aquilo que devem utilizar, e aquilo
de que se devem abster. A alegria é boa quando não nos afasta de Deus. O
divertimento é bom e útil para o nosso equilíbrio emocional. Pois, que
haja um bom carnaval neste ano de 2013, mas não haja excessos no
carnaval. O cristão tem que evitar divertimentos que envolvem atos
obscenos e vulgares, prazeres ilícitos, toda forma de violência e, em
geral, tudo que causa depravação. Os dez mandamentos não estão suspensos
durante o carnaval, muito pelo contrário, é o cumprimento destes
mandamentos que leva à verdadeira felicidade.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Professor Titular aposentado da UF
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