Papa
Bento XVI, durante a audiência geral da última quarta-feira, 30 de
janeiro, recebeu do diretor do Centro para a Proteção dos Menores e do
Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, o padre
jesuíta Hans Zollner, o livro das atas do simpósio internacional
realizado há um ano sobre os abusos cometidos por pessoas do clero
contra menores de idade e a resposta que foi dada pela Igreja.
A matéria é da agência de notícias ZENIT:
O volume, escrito em alemão, foi
entregue ao papa no final da audiência. As atas foram redigidas no
simpósio “Rumo à cura e à renovação”, que, de 6 a 9 de janeiro de 2012,
contou com a participação de 110 conferências episcopais, representadas,
na maior parte dos casos, pelo bispo encarregado dos casos de abuso na
respectiva conferência. Participaram ainda superiores gerais de mais de
trinta ordens religiosas e cerca de setenta especialistas em direito
canônico, bem como psiquiatras e psicoterapeutas que trabalham com as
vítimas e com os abusadores.
As atas do simpósio serão apresentadas
ao público no próximo dia 5 de fevereiro, também na Universidade
Gregoriana. Serão divulgadas ainda as atividades do Centro para a
Proteção dos Menores e o programa de e-learning criado na Alemanha para
prevenir abusos contra menores na Igreja e na sociedade, além de prestar
a ajuda devida às vítimas.
As iniciativas fazem parte da estratégia firme e decidida do Vaticano na luta contra a pedofilia no interior da Igreja.
Na entrega das atas também estava
presente o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, padre Federico
Lombardi, que participou do simpósio. Na ocasião, o porta-voz vaticano
disse a ZENIT que, “além de aumentar o rigor no combate ao crime dos
abusos contra menores, cometidos por pessoas da Igreja, a iniciativa
identificará um percurso que ajude as vítimas e crie condições para
evitar que pecados semelhantes se repitam no futuro”.
Lombardi acrescentou que as conferências
episcopais estavam trabalhando “para pôr a circular em prática,
formulando as suas diretrizes”. Trata-se de “redigir um documento, mas
também de praticá-lo. Todo intercâmbio de experiências será útil”.
O jesuíta precisou que a Universidade
Gregoriana sediou o simpósio por ser “um grande centro acadêmico capaz
de organizar uma iniciativa como esta, que pede capacidades de tipo
moral, jurídico, canônico, pastoral e psicológico”, e especificou que o
convênio foi gerido pelo Instituto de Psicologia da Gregoriana, assim
como o centro especializado que lhe dá suporte.
Dom Charles Scicluna, promotor de
justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, destacou no simpósio a
vontade firme de “extirpar e prevenir esta chaga aberta”, porque “os
abusos são um fenômeno muito triste que, além de pecado, são um delito. E
como delito, existe para eles a justa jurisdição do Estado e o dever de
colaborar com esta jurisdição penal”.
Duas cerimônias marcaram o final do
simpósio: a primeira, penitencial, foi presidida pelo cardeal Marc
Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos. A segunda, uma missa
concelebrada, foi presidida pelo cardeal Fernando Filoni, prefeito da
Congregação para a Evangelização dos Povos.
Por CNBB/ZENIT
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