segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Comire reflete sobre degradação humana e ambiental no Pará

Por Camilo Pauletti   
04 / Nov / 2013 09:48
O Conselho Missionário do Regional (Comire) Norte 2 (Estado do Pará), realizou no dia 26 de outubro, um encontro para refletir sobre a degradação humana e ambiental. A partir da realidade, foram acentuadas situações em que a missão não pode ficar indiferente.
Grande parte das terras da Região Amazônica é da união. Isto significa que os povos nativos e os que vivem ali há muitos anos, não têm títulos ou documentação da terra. Nos últimos anos, houve uma invasão das terras, por grandes empresas com interesses na exploração dos recursos naturais, minérios e madeira, além da ocupação para produção de grãos e agropecuária. Outro desafio são as grandes hidrelétricas em construção ou projetadas nos rios da região.
Tudo isso provoca uma forte degradação do meio ambiente e um impacto social. O povo que vivia tranquilo, numa convivência harmoniosa com a natureza, se vê obrigado a se deslocar para as periferias urbanas em condições subumanas. As populações ficando expostos à violência, aos vícios, às drogas, à prostituição e ao tráfico.
Há muito dinheiro investido em grandes negócios, seja na mineração, nas hidrelétricas, nas plantações de soja, milho, cana de açúcar, dendê e nas grandes fazendas de gado. Tudo em vista da exportação. Não alimenta a fome do povo, diminui o peixe, o plantio da mandioca, do feijão e a criação de animais de pequeno porte. A comida básica sobe de preço, a energia elétrica que para as residências já é escassa fica mais cara, aumenta o desemprego e com isso o sofrimento e a miséria.
Os benefícios dos altos investimentos do governo acabam nas mãos de poucos. Aumentam os incômodos decorrentes do uso de venenos, o mercúrio utilizado na mineração polui as águas e mata os peixes. A degradação é geral: moral, física e ambiental. Tudo em nome do suposto desenvolvimento e a busca do dinheiro fácil.
As ONGs se manifestam indignadas com a destruição da fauna e da flora, mas não mostram indignação com o mesmo zelo, pelas pessoas que vivem situações perigosas e desumanas.
A monocultura extensiva é altamente degradante. A Amazônia é vista pelo capital, como uma colônia onde se pode extrair de tudo. Aumenta o trabalho escravo, o tráfico de seres humanos, os povos indígenas são desrespeitados, o poder político e judiciário beneficia os grandes, perpetuando as injustiças, a corrupção e a impunidade.
Contudo, existem pequenos sinais de resistência: as pequenas comunidades se unem e se fortalecem. As lideranças manifestam indignação e procuram denunciar com todos os meios possíveis, agressões, injustiças, violências contra as pessoas e a natureza. As comunidades procuram mostrar a impunidade, os impactos causados pelos grandes projetos do governo, dão apoio às causas dos povos indígenas, dos quilombolas e dos povos ribeirinhos. Estão empenhadas em divulgar as promessas não cumpridas.
Fonte:POM

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