quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dia mundial da Não Violência

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Celebra-se hoje a data que fortalece nosso sonho de paz, o dia consagrado a renovar nossa esperança no poder da não violência, isto éda atitude e decisão de optarmos pela firmeza permanente de não usar nunca a violência contra nenhum ser humano ou criatura. Não nega os conflitos nem a agressividade da pessoa humana, mas rejeita usar a força bruta para impor a vontade sobre alguém.

Reconhece o poder da verdade e da generosidade em todos os seres humanos, como a capacidade de pactuar, negociar e dialogar; recordando que a palavra latina paz vem de pangere, que significa comprometer-se para conseguir um acordo. Enfrenta os conflitos e as injustiças com a criatividade e a cordialidade expressa de muitos modos e maneiras: a não cooperação ou boicotes (lembrar a marcha do sal na Índia), os sit-ins de Martin Luther King contra a segregação racial, os empates na Amazônia contra o desmatamento, a ocupação pacífica de lugares e ruas. Renúncia a considerar um oponente como alguém a ser eliminado ou destruído, mas quem precisa de empatia compassiva e que pode ser transformado quando atingido na sua consciência.
Alguns duvidam da sua eficácia ou pensam ilusória esta ação,no entanto quantas revoluções se perderam na espiral de uma violência interminável, que apenas trocou os opressores. A opção ética pela não violência sempre será uma decisão espiritual, nascida na féna pessoa humana, e de tratar de servir ao Deus da Paz, transparecendo na medida que nos é possível sua bondade, misericórdia e ternura.
A não violência é certamente mais que uma tática ou técnica de resolver conflitos ou mediar situações que escaparam ao controle, ela supõe um estilo e projeto de vida, gerador de cultura de paz. Hoje, quando tantas pessoas ficam apreensivas com o terrorismo jihadista, é importante ressaltar a figura emblemática de Badshah Khan, do povo dos Patham no Paquistão. Ele após ter lido o Alcorão num cárcere britânico, arregimentou 100.000 guerreiros Patham, os quais fizeram o voto de não violência contribuindo para a independência regional e constituindo o maior exército não violento sem armas. A paz é possível, a paz a gente faz, desarmando os corações e optando pela não violência evangélica, capaz de gerar um mundo novo. Deus seja louvado!
Fonte: CNBB

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