quinta-feira, 31 de maio de 2012

XII Semana Teológica tem como temática “Concílio Vaticano II, 50 anos depois: retrospectivas e perspectivas”


No ano em que a Igreja celebra os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962), e atendendo ao pedido do Santo Padre, Bento XVI, para que possamos retornar aos seus escritos na esperança de responder aos desafios de hoje com um renovado compromisso com a evangelização, a Faculdade Católica de Fortaleza realizará sua XII Semana Teológica com a temática “Concílio Vaticano II, 50 anos depois: retrospectivas e perspectivas”, nos dias 30 e 31 de maio e 01 de junho, no Auditório Central Aloísio Cardeal Lorscheider, FCF. A presença do teólogo Dr. Pe. Mário de França Miranda, SJ., Professor da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC RIO), como Conferencista principal, enriquecerá o evento que contará ainda com todo o corpo de professores da FCF, possibilitando assim a reflexão da temática em diversos aspectos da vida eclesial. O Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, fará a abertura da XII Semana Teológica. O que afirmou o papa João XXIII que o Concílio devia “apresentar às pessoas do nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus”, de tal forma que elas pudessem “compreender e abraçar espontaneamente”, queremos, como Instituição Católica comprometida em colaborar com a verdade, dá um grande passo em favorecer a todas as pessoas esta oportunidade de retornar aos escritos do Concílio Vaticano II, e assim nos prepararmos para uma nova primavera na vida da Igreja.

Paulinas Livraria e Setor de Animação Bíblico-catequética da Arquidiocese de Fortaleza realiza curso com o tema “Querigma: experiência de fé e anúncio”

Publicado em: 24/05/2012 | Seção: Destaques | Assunto: • Setor de Comunicação
A Paulinas Livraria e o Setor de Animação Bíblico-catequética da Arquidiocese de Fortaleza realiza curso com o tema “Querigma: experiência de fé e anúncio”, com o assessoria do padre Francisco Lelo, doutor em Liturgia, filosofo e teólogo. Padre Lelo irá aprofundar a experiência de Deus a partir da vida. O curso tem como objetivo aprimorar o anuncio à luz da Iniciação Cristã, do Rica e dos documentos da Igreja. O curso acontece no dia 02 de junho, no Auditório da Paulinas Livraria, na Rua Major Facundo, 332 no horário das 8h30 as 12h30. O curso é aberto ao publico e os interessados podem realizar inscrição na Paulinas Livraria. As vagas são limitadas.

Calendário de Junho

Primeira leitura (Sofonias 3,14-18



Visitação de Nossa Senhora


Leitura da Profecia de Sofonias.

14
Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 15O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. 16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! 17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido pelo amor; exultará por ti, entre louvores, 18como nos dias de festa. Afastarei de ti a desgraça, para que nunca mais te cause humilhação”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Ou
(escolhe-se uma das leituras)

Primeira Leitura
(Rm 12,9-16b)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos


Irmãos,
9o amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem. 10Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas. 11Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, 12alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração. 13Socorrei os santos em suas necessidades, persisti na prática da hospitalidade. 14Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. 16bMantende um bom entendimento uns com os outros; não vos deixeis levar pelo gosto de grandeza, mas acomodai-vos às coisas humildes.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Isaías 12,2-6)



— O Santo de Israel é grande entre vós.
— O Santo de Israel é grande entre vós.


— Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.

— E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu Santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
— Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

Um pouco de Reflexão!

Ainda ao seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido(1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa , Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertindo a ordem social:os ricos e poderosos são  depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.“A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador” (Lc 1,46). Com estas palavras, a Virgem Santíssima reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que Lhe foram concedidos e enumera, depois, os benefícios universais com que o Senhor favorece, continuamente, o gênero humano.Glorifica o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço a Deus; pela observância dos mandamentos, mostra que está pensando sempre no poder da majestade divina."... porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo” (Lc 1, 49). Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar Seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes.
Logo, acrescentou: “E santo é o seu nome” para fazer notar, aos que a ouviam e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer suas palavras, que, pela fé em Deus e pela invocação do seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação, segundo a palavra do Profeta: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2,21). É, precisamente, o nome a que Maria se refere ao dizer: “E o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.Como Maria, que de nossa boca brotem apenas as palavras de gratidão que traduzem o sentir mais profundo do nosso coração: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”! Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (Lucas 1,39-56)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.


39
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42
Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46
Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51
Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Primeira leitura (1º Pedro 1,18-25)




Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos,
18sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou ouro, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito. 20Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós.
21 Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus. 22Pela obediência à verdade, purificastes as vossas almas, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor. 23Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente.
24 Com efeito, “toda carne é como erva, e toda a sua glória como a flor da erva; secou-se a erva, cai a sua flor. 25Mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada no Evangelho.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 147)



8ª Semana Comum


— Glorifica o Senhor, Jerusalém!
— Glorifica o Senhor, Jerusalém!


— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

— A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.
— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

Um pouco de Reflexão!

Esse último anúncio mostrará, claramente, que o seguimento de Jesus não tem privilégios como pensavam os discípulos, porque a caminhada não é marcada apenas de glória, mas pela coragem de deixar tudo para suportar a opção de vida que os levará ao longo do caminho. A estrada de Jesus será marcada de rejeição, perseguição, luta e sofrimento. Essas são as condições para chegar à glória. Para, definitivamente, segui-Lo é preciso estar curado da surdez e da cegueira que estavam presente durante todo o percurso. Essa era a razão pela qual os apóstolos tinham dificuldade de compreender a mensagem de  Cristo sobre Sua Paixão como condição para segui-Lo.Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos.Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Em a nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (Marcos 10,32-45)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo,
32discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33“Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”.
35
Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36Ele perguntou: “Que quereis que eu vos faça?” 37Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda quando estiveres na tua glória!” 38Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com batismo com que eu devo ser batizado. 40Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”.
41
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Um Pouco de Reflexão!

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.Por CNBB

Primeira leitura (1º Pedro 1,10-16)


Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos,
10esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que vos estava destinada. 11Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória consequente.
12
Foi-lhes revelado que, não para si mesmos, mas para vós, estavam ministrando estas coisas, que agora são anunciadas a vós por aqueles que vos pregam o evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; revelações essas, que até os anjos desejam contemplar! 13Por isso, aprontai a vossa mente; sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da vossa ignorância. 15Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. 16Pois está na Escritura: “Sede santos, porque eu sou santo”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo( 97 )

— O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
— O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

-Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

 - O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
-Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Acalmai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!

Um pouco de Reflexão!

No texto do Evangelho de hoje, quero crer que, nas palavras de Pedro, não só estavam as dos outros apóstolos como também estão as nossas. Essas são as palavras de todos nós quando nos despimos dos nossos orgulhos, vaidades e soberbas. Assim como Pedro, no Evangelho, tomava decisões em nome da comunidade dos apóstolos, também ele continua, nos dias de hoje, falando por nós e nos representando.
É necessário que façamos a mesma escolha do discípulo, ou seja, abandonar o apego ao bem privado e gozar do bem partilhado, comunitário. Aliás, a partilha, o abandonar-se a si mesmo e o tomar a cruz, todos os dias, para seguir Jesus é o caminho certo para a construção do mundo novo de justiça e paz.
Cristo nos chama para nos justificar sem cessar; cada vez mais, Ele quer nos santificar e nos glorificar. Veja o que Ele diz: “aquele que, por causa de mim e do Evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições”.
Devemos compreendê-Lo, mas somos lentos ao nos dar conta dessa grande verdade: Cristo caminha, de alguma forma, no meio de nós e, com Sua mão, Seus olhos e Sua voz, Ele nos faz sinal para que O sigamos.
O chamado do Senhor é atualíssimo e nos propõe a vida em plenitude. Ele é a concretização de uma nova criação e de uma paz total dos homens entre si e com Deus.
Padre Bantu Mendonça

Evangelho (Marcos 10,28-31)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo,
28começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna.
31
Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Leia! Muito Importante!

Homilia do Papa Bento XVI por ocasião da celebração de Pentecostes
                       Queridos irmãos e irmãs!
Sinto-me feliz por celebrar esta Santa Missa convosco, também animada hoje pelo Coro da Academia de Santa Cecília e pela Orquestra da Juventude – que agradeço -, na Solenidade de Pentecostes.
Este mistério é o batismo da Igreja, é um evento que lhe tem dado, por assim dizer, a forma inicial e o impulso para a sua missão. E essa "forma" e este "empurrão" são sempre válidos, sempre atuais, e se renovam de uma maneira especial através das ações litúrgicas.
Esta manhã quero destacar um aspecto essencial do mistério de Pentecostes, que nos nossos dias mantém toda a sua importância. Pentecostes é a festa da unidade, da compreensão e da comunhão humana. Todos podemos constatar como no nosso mundo, ainda que estejamos sempre mais próximos uns dos outros com o desenvolvimento dos meios de comunicação, e as distâncias geográficas parecerem desaparecer, a compreensão e a comunhão entre as pessoas seja muitas vezes superficial e difícil. Permanecem desequilíbrios que muitas vezes levam a conflitos; o diálogo entre as gerações torna-se difícil e as vezes prevalece a contraposição; assistimos a fatos cotidianos que nos fazem pensar que os homens estão se tornando mais agressivos e mais conflituosos; entender-se parece algo muito trabalhoso e prefere-se permanecer no próprio ego, nos próprios interesses. Nesta situação, podemos encontrar realmente e viver aquela unidade da qual temos necessidade?
A narração de Pentecostes nos Atos dos Apóstolos, que ouvimos na primeira leitura (cf. At 2,1-11), contém no fundo de um dos últimos grandes afrescos que encontramos no início do Antigo Testamento: a antiga história da construção da Torre de Babel (cf. Gn 11, 1-9). Mas o que é Babel? É a descrição de um reino em que os homens acumularam tanto poder ao ponto de não fazerem mais referência a um Deus distante e de serem tão fortes ao ponto de construirem sozinhos uma estrada que levasse até o céu para abrir as portas e colocar-se no lugar de Deus. Mas justo nesta situação ocorre algo estranho e especial. Enquanto os homens estavam trabalhando juntos para construir a torre, de repente, perceberam que estavam construindo um contra o outro. Enquanto tentavam ser como Deus, corriam o perigo de não serem nem sequer homens, porque tinham perdido um elemento fundamental do ser pessoa humana: a capacidade de entender-se, de compreender-se, e de trabalhar juntos.
Esta história bíblica tem a sua verdade perene; podemos vê-la ao longo da história, mas também em nosso mundo. Com o avanço da ciência e da tecnologia temos chegado ao poder de dominar as forças da natureza, de manipular os elementos, de fabricar seres vivos, chegando até mesmo quase ao ser humano. Nesta situação, orar a Deus parece algo ultrapassado, inútil, porque nós mesmos podemos construir e realizar tudo o que quisermos. Mas não nos damos conta de que estamos revivendo a mesma experiência de Babel. É verdade, multiplicamos as nossas possibilidades de comunicação, de ter informações, de transmitir notícias, mas podemos dizer que cresceu a capacidade de compreender-nos ou talvez, paradoxalmente, nos compreendemos cada vez menos? Entre os homens não parece serpentear talvez um sentimento de desconfiança, de suspeita, de medo um do outro, até se tornar até mesmo perigoso um para o outro? Retornemos agora à pergunta inicial: pode existir realmente unidade, concórdia? E como?
Encontramos a resposta na Sagrada Escritura: A unidade só pode existir com o dom do Espírito de Deus, que nos dará um coração novo e uma lingua nova, uma nova capacidade de comunicar. E é isso o que ocorreu no dia de Pentecostes. Naquela manhã, cinqüenta dias depois da Páscoa, um forte vento soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos, pousou sobre cada um deles e acendeu neles o fogo divino, um fogo de amor capaz de transformar. O medo desapareceu, o coração sentiu uma nova força, as línguas se soltaram e começaram a falar com franqueza, de modo que todos pudessem entender o anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Em Pentecostes, onde havia divisão e desconfiança, nasceram a unidade e o entendimento.
Mas olhemos para o Evangelho de hoje, no qual Jesus afirma: " Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13). Aqui, Jesus, falando do Espírito Santo, nos explica o que é a Igreja e como essa deva viver para ser ela mesma, para ser o lugar da unidade e da comunhão na Verdade; nos diz que agir como cristãos significa não estar fechados no próprio “eu”, mas orientar-se para o todo; significa acolher em si mesmo a toda a Igreja ou, ainda melhor, deixar interiormente que ela nos acolha. Então, quando eu falo, penso, ajo como cristão, não o faço fechando-me no meu eu, mas o faço sempre no todo e a partir do todo: assim o Espírito Santo, Espírito de unidade e de verdade, pode continuar a ressoar nos nossos corações e nas mentes dos homens e empurrá-los a encontrar-se e acolher-se mutuamente. O Espírito, justamente porque age assim, nos introduz em toda a verdade, que é Jesus, nos orienta no aprofundá-la, no compreendê-la: nós não crescemos no conhecimento fechando-nos no nosso eu, mas somente tornando-nos capazes de escutar e de compartilhar, somente no “nós” da Igreja, com uma atitude de profunda humildade interior. E assim torna-se mais claro porque Babel é Babel e Pentecostes é Pentecostes. Onde os homens querem fazer-se Deus, só podem chegar fazer-se um contra o outro. Onde se colocam na verdade do Senhor, abrem-se à ação do seu Espírito que lhes sustenta e lhes une.
O contraste entre Babel e Pentecostes ecoa também na segunda leitura, onde o Apóstolo diz: "Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne.” (Gl 5,16). São Paulo nos explica que a nossa vida pessoal está marcada por um conflito interior, por uma divisão, entre os impulsos que provém da carne e aqueles que provém do Espírito; e não podemos seguir a todos. Não podemos, de fato, ser ao mesmo tempo egoístas e generosas, seguir a tendência a dominar os outros e provar a alegria do serviço desinteressado. Devemos sempre escolher qual impulso seguir e o possamos fazer de modo autêntico somente com a ajuda do Espírito de Cristo. São Paulo elenca – como escutamos – as obras da carne, são os pecados de egoísmo e de violência, como inimizade, discórdia, inveja, discórdias; são pensamentos e ações que não fazem viver de modo verdadeiramente humano e cristão, no amor. É uma direção que leva a perder a própria vida. Em vez disso, o Espírito Santo nos guia para as alturas de Deus, porque podemos viver já nesta terra o germe de vida divina que está em nós. Afirma, de fato, São Paulo: "O fruto do Espírito é amor, alegria, paz" (Gal 5,22). E percebe-se que o Apóstolo usa o plural para descrever as obras da carne, que provocam a dispersão do ser humano, enquanto usa o singular para definir a ação do Espírito, fala de “fruto”, como na dispersão de Babel opõe-se à unidade de Pentecostes.
Caros amigos, devemos viver segundo o Espírito de unidade e de verdade, e por isso devemos orar para que o Espírito nos ilumine e nos guie para vencer o encanto de seguir nossas verdades, e a acolher a verdade de Cristo transmitida na Igreja. A narração lucana de Pentecostes nos diz que Jesus antes de subir ao céu pediu aos Apóstolos para permanecerem juntos e se preparassem para receber o dom do Espírito Santo. E eles se uniram em oração com Maria no Cenáculo à espera do evento prometido (cf. At 1,14). Recolhida com Maria, como no seu nascimento, a Igreja também hoje reza: "Veni Sancte Spiritus! - Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor ". Amem!

Você é nosso Convidado!

Primeira leitura (1º Pedro 1,3-9)



8ª Semana Comum


Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
3
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, 4para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus.
5
Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. 6Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. 7Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. 8Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, 9pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 110)



8ª Semana Comum


— O Senhor se lembra sempre da Aliança!
— O Senhor se lembra sempre da Aliança!


— Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

— Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações.
— Enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.

Um pouco de Reflexão!

Para entrar no Reino ( ou vida eterna ) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade,abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição e já vive a certeza da plenitude que virá.Não é o acúmulo de riquezas que nos torna felizes, mas a partilha e a solidariedade.Para seguir Jesus, devemos renunciar a tudo o que não condiz com seu projeto.
Nesse Evangelho o jovem cumpria os mandamentos: “Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos”. Por isso insiste: “O que me falta ainda?”.
Se de um lado vemos a preocupação do jovem pela sua salvação, por outro observamos que não basta observar a Lei para ser apto ao Reino de Deus. Falta ao jovem muito mais do que ele poderia imaginar: “Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga”. Faltava o desprender-se das riquezas, a entrega, a generosidade, a alegria profunda de dar e  “dar-se” sem impôr condições.Jesus, no entanto, insiste e lhe indica a infalibilidade de Deus nas Suas promessas: “a Deus tudo é possível”, pois Ele pode conceder a graça de uma pessoa usar bem as riquezas ou até mesmo de renunciar radicalmente aos bens terrenos.
Exige-se de nós uma profunda reflexão do que somos e temos. Tanto ricos quanto pobres precisam ir à busca das coisas do Alto. Precisamos viver o desprendimento, independentemente do estilo de vida que levamos. Que aqueles que se fizeram pobres amem a sua pobreza, porque “deles é o reino de Deus”. Que aqueles que nasceram ou se tornaram ricos descubram o valor da misericórdia, da generosidade, da partilha, da solidariedade e, sobretudo, lembre-se que “de nada adianta ganhar o mundo, se depois se perde a própria alma”.Peçamos: Dai Senhor a vossa graça aos que partilham dons e bens com os necessitados.Guardai as pessoas que com sabedoria de vida, semeiam o amor e a humildade.Ajudai-nos a abrir os olhos, para que possamos identificar o que realmente nos torna felizes. Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (Marcos 10,17-27)




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo,
17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18
Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”
20
Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22
Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24
Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
26
Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

domingo, 27 de maio de 2012

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 2,1-11)


Domingo, 27 de Maio de 2012
Pentecostes


Leitura dos Atos dos Apóstolos:

1
Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
2
De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam.
3
Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.
4
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava.
5
Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo.
6
Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua.
7
Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? 8Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? 9Nós, que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em nossa própria língua!”

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Segunda leitura (1º Coríntios 12,3b-7.12-13



Domingo, 27 de Maio de 2012
Pentecostes


Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos:
3bNinguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo.
4
Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito.
5
Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor.
6
Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.
7
A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum.
12
Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo.
13
De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 103)

— Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!
— Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!


— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

— Se tirais o seu respiro, elas perecem/ e voltam para o pó de onde vieram./ Enviais o vosso espírito e renascem/ e da terra toda a face renovais.
— Que a glória do Senhor perdure sempre,/ e alegre-se o Senhor em suas obras!/ Hoje seja-lhe agradável o meu canto,/ pois o Senhor é a minha grande alegria!


Um pouco de Reflexão!

Nascemos para Deus quando recebemos o Espírito Santo                                    O evangelista João inicia sua narrativa expondo a situação da comunidade: “Ao anoitecer, do primeiro dia da semana, estando trancadas as portas do lugar onde se encontravam os discípulos…”. Ele realça a situação de insegurança própria de quem perde as referências e não sabe mais a quem recorrer. Jesus aparece e se coloca no meio deles”. Os discípulos ficaram contentes ao ver o Senhor e recuperam a paz e a confiança. Eles redescobriram o Mestre como centro de referência. D’Ele receberam as coordenadas que os levaram a superar o medo e a incerteza. Diante dos “sinais de Suas mãos e do lado”, que evocam o amor total expresso na cruz, os discípulos sentem que nem o sofrimento, nem a morte ou a violência do mundo poderão detê-los.
Jesus prossegue: “Como o Pai me enviou, assim também envio vocês”. Vivificados pelo sopro do Espírito Santo, os discípulos constituem a comunidade da Nova Aliança e são enviados a testemunhar ao mundo, em gestos e palavras, a vida que o Pai deseja oferecer a toda a humanidade. Assim, quem aceitar a proposta do perdão dos pecados será integrado na comunidade de Cristo que, animada pelo Espírito Santo, será mediadora da oferta do amor misericordioso do Pai.Pentecostes,assumido pela tradição cristã como plenitude da Páscoa de Jesus, é a força capaz de nos fazer compreender e viver em profundidade o projeto universal de vida para todos. Faz-nos enxergar no diferente, e até no estranho, a força da vida divina. A vida nova em Cristo tem força "simbólica",unificadora: supõe abandonar tudo o que divide, afasta e cria abismos na convivência humana e ecológica, para abraçar outra norma de vida: o amor que reúne, aproxima e refaz a convivência humanidade.É o Espírito,força de vida e de unidade, o único capaz de nos conectar com todo o universo e com a fonte de vida. A grande mensagem de Pentecostes é a evangelização e não o falar línguas. A vivacidade de nossas comunidades é o exemplo de um novo Pentecostes acontecendo. O Espírito Santo de Deus em Pentecostes enche todo universo, e mantém unidas todas as coisas; gera novas relações na comunidade e no mundo; realiza a plenitude da aliança do Sinai: O amor sem fronteiras.Peçamos ao Senhor que ao celebrar Pentecostes nos cumule com Seus dons.Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (João 20,19-23)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


19
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20
Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21
Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22
E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. 
 - Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sábado, 26 de maio de 2012

A festa de Pentecostes

Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald - Redentorista

No dia 27 de maio deste ano de 2012, a Igreja Católica celebra a Festa de Pentecostes. A liturgia do dia nos apresenta a descida do Espírito Santo sobre a comunidade dos discípulos, em duas tradições – a de Lucas (Atos) e da Comunidade de São João. Em João, a Ressurreição, a Ascensão e a Decida do Espírito se deram no mesmo dia da Páscoa, enquanto Lucas separe os três eventos, Páscoa, Ascensão e Descida do Espírito Santo, num período de 50 dias. Encerra o ciclo pascal com a Festa do Pentecostes. Pentecostes que significa cinquenta, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor. A Festa de Pentecostes era nos primórdios a Festa da Colheita, os povos agradecidos a Deus pelas bênçãos do Céu, faziam uma grande festa pelos frutos colhidos graças à providência do Criador. A leitura enfatiza que no dia de Pentecostes todos estavam reunidos com “os mesmos sentimentos, e eram assíduos na oração” (At 1, 14). De repente, “veio do céu um ruído como de violento vendaval que encheu toda a casa onde eles estavam. Então lhes apareceu algo como línguas de fogo, que se repartiam, e pousou um sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e se puderam a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia exprimirem-se” (Atos. 2,4). Este relato usa imagens apocalípticas, símbolos da teofania, ou da manifestação da presença de Deus – o som de um vendaval e as línguas de fogo. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecoste para santificar a Igreja permanentemente. Foi então que ‘a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação” (CIC no. 767). A Bíblia nos diz que com a descida do Espírito Santo os presentes pudessem “ouvir, na sua própria língua, o que os discípulos falaram” (Atos, 2, 8-11). Assim, Lucas quer enfatizar que o dom do Espírito Santo tem um objetivo missionário e profético – de fazer com que toda a humanidade possa ouvir e compreender a nova linguagem, que une todas as raças e culturas – ou seja, a do amor, da solidariedade, do Projeto de Jesus, do Reino de Deus.
A função do Espírito Santo em nós é: a) santificar: “Fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados em nome do Senhor Jesus, mediante o Espírito do nosso Deus” (1Cor 6, 11). b) iluminar: “O Confortador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse” (Jo 14, 26). c) fortificar: “O Espírito Santo vem em auxílio de nossa fraqueza” (Rom 8, 26). O Catecismo da Igreja Católica nos apresenta os dons e frutos do Espírito Santo. No sacramento de crisma recebemos os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (CIC no. 1831). Os frutos do espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: “caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, domínio de si e castidade” (Gl 5, 22-23).
A Festa de Pentecostes é uma festa missionária que marca a transformação da Igreja de uma seita judaica numa comunidade universal, missionária, mas, não proselitista, comprometida com a construção do Reino de Deus “até os confins da terra”. Aprendamos dos dois relatos da Decida do Espírito Santo no Novo Testamento, não a de falar em línguas, mas a falar a língua única do amor e do compromisso com o Reino, para que a mensagem do Evangelho penetre todos os povos, culturas, raças e etnias. O dom do Espírito Santo é dado a cada um de forma individual, mas somente quando agimos na missão comum de evangelizar é que sua manifestação acontece de forma completa.
Padre Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista

Oremos!

Solenidade de Pentecostes

Queridos Irmãos,
Em comunhão com a nossa mãe igreja, nos preparamos para celebrar a Solenidade de Pentecostes.
Encaminhamos em 04 anexos uma sugestão da vigília de pentecostes, que poderá ser adaptada nas nossas comunidades.
Neste espirito de unidade e fé desejamos a todos os dons do espírito santo.
Cordial abraço das irmãs
Vera e Aldenira
Abrir pdf com as sugestões 123 -

Encontro estadual do terço dos homem acontece hoje, 26 de maio


Encontro estadual do terço dos homem acontece hoje, 26 de maio

Acontece hoje, 26 de maio, o I encontro de coordenadores diocesanos do terço dos homens do estado do Ceará com a presença do diretor espiritual nacional padre Pedro, de Pernambuco. Tem o objetivo de traçar as novas diretrizes dos coordenadores diocesanos para uma uniformidade na linguagem e no carisma da Mãe Rainha. O encontro acontecerá na Igreja de Fátima com inicio às 8h30min.
Informações: Tiago Alves (85) 8877.1014 ou 9647. 0743.

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 28,16-20.30-31)




Leitura dos Atos dos Apóstolos.
16
Quando entramos em Roma, Paulo recebeu permissão para morar em casa particular, com um soldado que o vigiava. 17Três dias depois, Paulo convocou os líderes dos judeus. Quando estavam reunidos, falou-lhes: “Irmãos, eu não fiz nada contra o nosso povo, nem contra as tradições de nossos antepassados. No entanto, vim de Jerusalém como prisioneiro e assim fui entregue às mãos dos romanos.
18
Interrogado por eles no tribunal e não havendo nada em mim que merecesse a morte, eles queriam me soltar. 19Mas os judeus se opuseram e eu fui obrigado a apelar para César, sem nenhuma intenção de acusar minha nação. 20É por isso que eu pedi para ver-vos e falar-vos, pois estou carregando estas algemas exatamente por causa da esperança de Israel”.
30
Paulo morou dois anos numa casa alugada. Ele recebia todos os que o procuravam, 31pregando o Reino de Deus. Com toda a coragem e sem obstáculos, ele ensinava as coisas que se referiam ao Senhor Jesus Cristo.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 10)


Sábado, 26 de Maio de 2012
São Filipe Néri


— Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
— Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.


— Deus está no templo santo, e no céu tem o seu trono; volta os olhos para o mundo, seu olhar penetra os homens.

— Examina o justo e o ímpio, e detesta o que ama o mal. Porque justo é nosso Deus, o Senhor ama a justiça. Quem tem reto coração há de ver a sua face.

Um pouco de Reflexão!

Nesta Palavra de hoje, Jesus quer que façamos uma clara distinção entre morrer e permanecer. A morte é passageira, porém a permanência no amor, em Jesus e no Pai, é eterna. Para o fortalecimento da fé dos leitores, o autor garante que é testemunha de todas as coisas narradas.
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Meu novo olhar é do compromisso missionário de toda a comunidade. Que sai ao encontro dos afastados, interessa-se por sua situação, a fim de reentroduzí-los na Igreja e convidá-los a, novamente, se envolver com ela. Faça sua reflexão, meu irmão e minha irmã, pois a vida, neste mundo, é breve.A segunda conclusão do evangelho salienta novamente o tema do testemunho.O Evangelho não é ensinamento de doutrina, nem exposição de verdades ou sistemas, nem conjunto de fórmulas jurídicas, às quais todos deveriam se ajustar. Evangelho é o testemunho de uma comunidade que se transforma cada vez mais ao seguir Jesus na experiência do amor.Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja assume até o fim a missão de anunciar o evangelho, contribuindo para que Cristo e sua palavra sejam acolhidos por muitos.Peçamos: Iluminai, Senhor, vossa Igreja, para que seja testemunha autêntica de Jesus.Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (João 21,20-25)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo,
20Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?”
22
Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” 23Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”
24
Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

“Que o Espírito Santo venha em socorro de nossas fragilidades” é o tema da IV Caminhada de Pentecostes

A IV Caminhada de Pentecostes acontece no próximo dia 26 de maio de 2012 com início às 22h na Catedral Metropolitana de Fortaleza. A caminhada seguirá até a Capela do Pequeno Grande, passando pelas Igrejas: da Prainha, Santa Luzia, Capela das irmãs Missionárias, Comunidade Grão de Trigo, Piedade, encerrando às 5h40min na Igreja do Cristo Rei A permanência em cada igreja é uma média de 50m, cada igreja representa um Dom do Divino Espírito Santo, onde as orações são voltadas para o Dom da igreja que acolhe os caminhantes. Os participantes passarão toda a noite orando, louvando e caminhando pelas ruas, com tochas e velas acesas.
Serviço:
IV Caminhada de Pentecostes
Horário: Saída da Catedral: 22h – Chegada Cristo rei: 05h40
Informações: (85) 3253 4808 ou (85) 9190 5959 com Consuêlda Azevedo e em todas as igrejas participantes da caminhada / www.cristoreice.com.br

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 25,13b-21)



Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias,
13bo rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram cumprimentar Festo. 14Como ficassem alguns dias aí, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: “Está aqui um homem que Félix deixou como prisioneiro. 15Quando eu estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram acusações contra ele e pediram-me que o condenasse. 16Mas eu lhes respondi que os romanos não costumam entregar um homem antes que o acusado tenha sido confrontado com os acusadores e possa defender-se da acusação.
17
Eles vieram para cá e, no dia seguinte, sem demora, sentei-me no tribunal e mandei trazer o homem. 18Seus acusadores compareceram diante dele, mas não trouxeram nenhuma acusação de crimes de que eu pudesse suspeitar. 19Tinham somente certas questões sobre a sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo. 20Eu não sabia o que fazer para averiguar o assunto. Perguntei então a Paulo se ele preferia ir a Jerusalém, para ser julgado lá. 21Mas Paulo fez uma apelação para que a sua causa fosse reservada ao juízo do Augusto Imperador. Então ordenei que ficasse preso até que eu pudesse enviá-lo a César.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmos 102

— O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.
— O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.


— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!

— Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.
— O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, e abrange o mundo inteiro seu reinado. Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, valorosos que cumpris as suas ordens.

Um pouco de Reflexão!

A disposição de servir os outros e ser fiéis a esse compromisso envolve, antes de tudo, estar firmes no amor. Quem ama não se deixa levar apenas pelo entusiasmo momentâneo nem desiste diante das primeiras dificuldades. A idéia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus,colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida.Jesus interroga Pedro  três vezes e três vezes lhe dá a mesma ordem: “Apascenta as minhas ovelhas”. Demonstra, assim, o apreço que tem pelo cuidado de Suas ovelhas, pois faz de tal cuidado Sua maior prova de amor.Essa exigência é feita também a nós, meus irmãos. Se amamos Deus, devemos manifestar este amor ao nosso próximo.Somente quem tem muito amor no coração, consegue ser fiel à missão confiada pelo Pai e vai dar testemunho de Jesus até o fim.Pedro sempre desejara enfrentar perigos por Cristo. “Tem confiança, diz Jesus, teus desejos serão satisfeitos. O que não suportaste em tua mocidade suportará na velhice”. E, para nos chamar a atenção, São João acrescenta: “Jesus disse isso para dar a entender com que morte Pedro iria glorificar a Deus”. E esta Palavra nos ensina que nossa honra e glória está em dar a vida por Cristo em nossos irmãos e irmãs.Peçamos: Daí,Senhor,força e coragem a todos os evagelizadores.Ajuda-nos a superar os desentendimentos entres os grupos religiosos e fazei que o nosso amor a Jesus se irradie entre as pessoas. Amém! Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Evangelho (João 21,15-19)



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.


Jesus manifestou-se aos seus discípulos
15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
16
E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”.
19
Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Contamos com todos vocês!

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 22,30; 23,6-11)



Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias,
30querendo saber com certeza por que Paulo estava sendo acusado pelos judeus, o tribuno soltou-o e mandou reunir os chefes dos sacerdotes e todo o conselho dos anciãos. Depois fez trazer Paulo e colocou-o diante deles.
23,6
Sabendo que uma parte dos presentes eram saduceus e a outra parte eram fariseus, Paulo exclamou no conselho dos anciãos: “Irmãos, eu sou fariseu e filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da nossa esperança na ressurreição dos mortos”. 7Apenas falou isso, armou-se um conflito entre fariseus e saduceus, e a assembleia se dividiu.
8
Com efeito, os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, enquanto os fariseus sustentam uma coisa e outra. 9Houve, então, uma enorme gritaria. Alguns doutores da Lei, do partido dos fariseus, levantaram-se e começaram a protestar, dizendo: “Não encontramos nenhum mal neste homem. E se um espírito ou anjo tivesse falado com ele?”
10
E o conflito crescia cada vez mais. Receando que Paulo fosse despedaçado por eles, o comandante ordenou que os soldados descessem e o tirassem do meio deles, levando-o de novo para o quartel. 11Na noite seguinte, o Senhor aproximou-se de Paulo e lhe disse: “Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 15)




— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!


— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor”. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!

— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Um pouco de Reflexão!

Na oração do Evangelho de hoje, Jesus expressa Seu profundo desejo de UNIDADE não somente entre os apóstolos, mas entre estes e aqueles que, mais tarde, haveriam de acreditar nas palavras do Senhor. É a unidade, na comunhão de vida plena, com todos os amados por Deus, sobretudo com aqueles que procuram Sua face mesmo que às “apalpadelas”.Precisamos dar testemunho de Jesus e de sua palavra em qualquer tempo e lugar,para que as pessoas cheguem à perfeita UNIDADE. Lembremos que divisões e conflitos não fazem parte do projeto de Jesus.Na UNIDADE e no amor, as comunidades serão o sacramento ou expressão da presença atuante de Jesus, lembrando continuamente o próprio Jesus, que é o dom que o Pai concedeu aos homens.Todos os homens maus ou bons, ricos ou pobres, brancos ou negros, naturais de um determinado lugar ou simplesmente residentes, são chamados à salvação.A união com os discípulos de Jesus se fará na luta pela remoção da barreira que separa ricos e pobres. Esta deve ser a nossa meta, meu irmão! Temos de lutar pela comunhão plena de amor, na qual o amor do Pai e do próprio Jesus esteja em todos.Rezemos: Fazei, Senhor, que a Igreja seja testemunha da UNIDADE e  livrai nossas comunidades da discórdia e da indiferença. LOUVOR E GLÓRIA AO SENHOR!

Evangelho (João 17,20-26)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo:
20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22
Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26
Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 20,28-38)



Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, Paulo disse aos anciãos da Igreja de Éfeso:
28“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como guardas, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho.
29
Eu sei, depois que eu for embora, aparecerão entre vós lobos ferozes, que não pouparão rebanho. 30Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si. 31Por isso, estai sempre atentos: lembrai-vos de que, durante três anos, dia e noite, com lágrimas, não parei de exortar a cada um em particular.
32
Agora entrego-vos a Deus e à mensagem de sua graça, que tem poder para edificar e dar a herança a todos os que foram santificados. 33Não cobicei prata, ouro ou vestes de ninguém. 34Vós bem sabeis que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. 35Em tudo vos mostrei que, trabalhando deste modo, se deve ajudar os fracos, recordando as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais alegria em dar do que em receber’”.
36
Tendo dito isto, Paulo ajoelhou-se e rezou com todos eles. 37Todos, depois, prorromperam em grande pranto, e lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38aflitos, sobretudo por lhes haver ele dito que não tornariam a ver-lhe o rosto. E o acompanharam até o navio.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo (Salmos 67)

— Reinos da terra cantai ao Senhor.
— Reinos da terra cantai ao Senhor.


— Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder, confirmai este poder que por nós manifestastes, a partir de vosso templo, que está em Jerusalém, para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!

— Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. Eis que eleva e faz ouvir a sua voz, voz poderosa.
— Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade! Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!

Um pouco de Reflexão!

Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles,porém, não é sair do "mundo ", e sim permanecer unidos, presentes na sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do "mundo", a cujas ameaças e seduções eles não cederão.Nesta semana de oração pela unidade dos cristãos, temos a possibilidade de buscar o diálogo e melhorar nosso relacionamento com aqueles que compartilham conosco dos ideais deixados por Jesus.Nós somos de igual modo ameaçados , por todos os lados : pelas desuniões, brigas, confusões, divisões familiares e amizades que, muitas vezes, nos afastam do caminho da unidade, da harmonia, do perdão e do diálogo que nos levam à verdadeira comunhão com Deus na pessoa do próximo.As lideranças da comunidade são convidadas a permanecer firmes na missão recebida do Espírito Santo, e toda a comunidade deve rezar pela unidade dos cristãos.
Jesus nos pede a graça da unidade, como fez com Seus verdadeiros discípulos. Ele é “um com o Pai” e veio ao mundo para revelá-Lo aos homens, para que estes comunguem na própria vida de Cristo, junto de quem Ele é representante. A unidade é, por isso, a comunhão de vida existente entre o Pai e o Filho e, por Este, vem até os homens. Aqueles que chegarem ao conhecimento de Deus, pela Palavra de Jesus, entrarão na unidade com o Senhor, deixando-se consagrar por essa Palavra de verdade que o Filho lhes revela.
A vinda do Espírito Santo sobre os discípulos enviados para a missão é a segurança que eles esperam de Deus, que os consagra no amor e na alegria. Assim como o Senhor consagrou Seu Filho, também Jesus os consagra ao Pai e os envia em missão ao mundo para serem testemunhas da Verdade, que é a realização da vontade divina: justiça, paz e vida sobre a Terra. Peçamos: Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo,se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma.Louvor e Glória ao Senhor!

Evangelho (João 17,11b-19)



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo:
11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
13
Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.
17
Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.


- Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

Esperança que cuida dos outros


Padre Almir Magalhães*
O Papa Bento XVI expressou sua preocupação nos últimos tempos, com uma espiritualidade cristã extremamente intimista, que não pensa no outro. Cito apenas dois momentos em que esta afirmação acontece: a primeira na Carta Encíclica sobre a Esperança Cristã (SPE SALVI, abreviatura SS), datada de 30 de novembro de 2007 e a segunda a Mensagem do Papa para a quaresma deste ano.
De início, ressalte-se que a dinâmica do cristianismo se baseia na Esperança. O cristão deve ser sempre o homem e a mulher de esperança, porque o fundamento da nossa fé é a ressurreição, a esperança.
Entenda-se também que o Papa afirma que esta é “uma palavra central da fé bíblica, a ponto de, em várias passagens ser possível intercambiar os termos “fé” e “esperança”(SS, n. 2) e que o Evangelho não é apenas “informativo”, mas “performativo”, ou seja, transformador, a esperança muda a vida. (SS 2 e 4).
Depois de explicitar o conceito de esperança baseada sobre a fé no Novo Testamento e na Igreja primitiva, (SS. nn. 4-9 ), o Papa pergunta: “Para nós hoje a fé cristã é também uma esperança que transforma e sustenta a nossa vida? Para nós ela é “performativa” que plasma de modo novo a própria vida, ou é simplesmente “informação”, que entretanto pusemos de lado porque nos parece superada por informações mais recentes? (SS.n. 10).
Para o foco da nossa reflexão, a Carta faz uma afirmação polêmica para os nossos dias, para a compreensão de salvação: ” a salvação foi sempre considerada uma realidade comunitária… e que não é necessário nos ocupar de todos os textos, nos quais transparece o caráter comunitário da esperança” (SS 14). Esta referência é complementada com uma pergunta sobre o individualismo da salvação. A esperança só para mim não é uma esperança verdadeira porque esquece e descuida dos outros.(SS 28). Daí a necessidade de uma comunhão com Jesus Cristo e sua proposta, porque ele compromete-nos a ser para os outros … indicando mais ainda que, o amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro. (SS 28).
A outra reflexão, bastante significativa está na Mensagem do Papa para a Quaresma deste ano. Toma como referência a Carta aos Hebreus (10,24), “Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor às boas obras” No comentário sobre este texto, o Papa chama a atenção para “estarmos atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Continua: Mas, com freqüência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse… A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de “anestesia espiritual”, que nos torna cegos aos sofrimentos alheios.”
Tomando as indicações até aqui apresentadas fica uma pergunta de cunho pastoral e possibilidade de saídas: Como concretizar esta referência central do cristianismo, amor a Deus e ao próximo em nossas Paróquias, marcadas por uma configuração eclesial que perdeu esta referência e anda preocupada com outras expressões? Em primeiro lugar olhar para a realidade mas também conhecê-la e observar: onde estão os pobres de nossas Paróquias e qual a nossa presença junto a eles, para além do emergencial. Em segundo lugar, seguir as indicações da CNBB ( Diretrizes Gerais, 2011-2015 – Doc. 94 ), quando apontam as cinco urgências da ação evangelizadora. A quinta urgência é construir uma Igreja a serviço da vida plena para todos. Neste documento afirma que o mundo é marcado por inúmeras formas de exclusão e que ” a Igreja, em todos os seus grupos, movimentos e associações, animados por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral, tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões… começando pelo respeito à dignidade da pessoa humana (cf. n. 106 e 107).
Portanto, de fato a ressurreição que é o motor da vida concreta dos cristãos, que acreditam que o Evangelho das Bem Aventuranças, é a afirmação da felicidade para todos, não resta outro caminho a não ser mudar nosso estilo de ser Igreja, para assim, caminharmos na direção do seguimento de Jesus Cristo, partindo Dele.
Lembrem-se, uma autêntica esperança se revela na preocupação com o outro.
*Diretor Geral  e Professor da Faculdade Católica de Fortaleza.
Artigo  publicado no Jornal o Povo do dia13 de maio de 2012 – Espiritualidade

Pastores segundo o coração de Deus


Neste artigo falamos de dois grandes pastores, figuras humanas que edificaram casa de Deus, isto é, a Igreja, tendo como alicerce sólido o bem e a justiça, não cedendo às ciladas dos injustos e poderosos; Dom Helder Pessoa Câmara e Dom Aloísio Cardeal Lorscheider, que as nossas gerações hodiernas, pelo que eles representam, precisam conhecer ainda mais. Neles a profecia de Jeremias se realizou: “Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com sabedoria e inteligência” (Jr 3, 15). Anunciaram a boa nova da Salvação em toda sua plenitude, a partir da dor e do sofrimento de uma multidão de irmãos e irmãs. O entusiasmo e a mística desses grandes sacerdotes causaram e continuam a causar profundas marcas de generosidade, sempre crescente, nas pessoas que exerceram e exercem suas funções nos mais diversificados setores de nossa sociedade.
Guardemos no íntimo do coração a mensagem de otimismo e esperança, deixada por Dom Helder Câmara, o artesão da paz e cidadão do mundo, o bispo brasileiro mais influente no Concílio Vaticano II, ao abrir o caminho para a renovação, na sua mais profunda e autêntica coerência em favor dos pobres: “Se não engano, nós, os homens da Igreja, deveríamos realizar dentro da Igreja as mudanças que exigimos da sociedade”.
Falou também com extraordinária paixão que Deus é amor, em tom daquilo que lhe era muito peculiar, a poesia: “Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é, não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas… O nome vem de dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso… Tem que exprimir o mais íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa nomeada… Teu nome é e só podia ser amor”.1
Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife, em abril de 1964, afirmou: “Ninguém se escandalize quando me vir ao lado de criaturas humanas tidas como indignas e pecadoras (…). “Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo”.2
Dom Helder além de deixar uma gigantesca obra escrita, com grande sabedoria soube unir, numa síntese raríssima e feliz o místico e o homem da ação, que contemplava e escrevia ao mesmo tempo durante as madrugadas e agia pela manhã, tarde e noite. Foi um articulador da melhor qualidade; dotado de uma fé clamorosa, de uma enorme capacidade de comunicação, força e convicção inabaláveis, que saía de dentro do peito magro, daquele homem baixo e franzino na estatura, que parecia o retirante de Portinari.
Profeta dos pobres, artesão da paz, cidadão do mundo, o homem dos grandes sonhos e das grandes utopias ele o foi, a sinalizar uma verdadeira conversão, nas mudanças dos costumes, no sentido de uma melhor compreensão da Igreja, na busca de sua renovação, do seu rejuvenescimento – ao verdadeiro “aggiornamento”, ao mesmo tempo, em que devia anunciar a pessoa de Jesus Cristo, diante do clamor dos empobrecidos, dos “sem voz e sem vez”.
O grande ardor e entusiasmo desse homem, em todo seu trabalho bem articulado, no amor pela Igreja pobre e servidora, nunca podemos negar e esquecer. “Sou daqueles que tem a convicção de que os escritos de Dom Helder ainda serão fonte de inspiração na América Latina, daqui a mil anos”.3
Já Dom Aloísio, que no seu amor à verdade e no apego ao Evangelho, como critério de vida e de pastoreio, também na sua capacidade de dialogar com as classes sociais e no seu amor para com os empobrecidos, permaneceu humilde, serviçal, sendo um irmão entre irmãos.
Doçura e ternura em pessoa, alegria constante, posições corajosas e determinadas, ao mesmo tempo, pregava e anunciava o Evangelho com coragem profética e grande sabedoria. Ele carregou sempre no seu grande coração, as alegrias, as esperanças, as tristezas, as angústias e os sofrimentos de sua querida gente (cf. GS 200). Além de travar, sem jamais se cansar, uma luta pela redemocratização, pela liberdade de expressão, pela dignidade da pessoa humana e pelo fim da tortura em nosso querido Brasil.
Dom Aloísio, ao se tornar Arcebispo de Fortaleza (1973-1995), logo de início afirmou: “A comunidade eclesial não é feudo do bispo, mas ele é o servidor de uma Igreja que se entende a si mesma como sacramento do Reino, isto é, da presença da verdade e do amor infinito de Deus para com cada criatura humana”.4
Daí ele não compreender como algo natural e normal se conviver com a miséria e o acentuado empobrecimento do povo, que tinha como conseqüência o êxodo, o flagelo e a morte de muitos irmãos, levantando sua voz de profeta para dizer que não era vontade de Deus a realidade aqui encontrada e, ao mesmo tempo, usou de todos os meios, com uma enorme vontade de transformar essa mesma realidade, marcando profundamente a história do nosso Ceará.
“Em pleno regime de exceção, a sociedade cearense logo sentiu os efeitos dessa guinada. As camadas desfavorecidas ou marginalizadas, os sem-terra, os sem-teto, os presos políticos, os presidiários comuns, os trabalhadores em greve – ganharam aliado de peso”.5
Dom Aloísio foi o grande teólogo que sabia compreender a realidade na sua conjuntura e, com suas posições bem claras e definidas, nas análises e nas conclusões teológicas pastorais, passando para o povo um clima que favorecia e gerava uma confiança generalizada. Daí ser o Cardeal que mais se destacou em todos os Conclaves e Sínodos de que participou, gerando para o mundo inteiro e, especialmente para a imprensa, uma grande expectativa. Sua palavra corajosa e profética era acolhida por todos como uma boa notícia.
“[...] sua voz, naturalmente doce, alternava-se quando era preciso confrontar os vendilhões da justiça, quando todos os jardins da democracia corriam o risco de ser alvo de bombas atiradas pelos olhares fixos da repressão. Sua voz ecoou pelos corredores das prisões [...]”.6
Quando ele se tornou bispo emérito de Aparecida, veio a pergunta: O que o senhor vai fazer? Respondeu: “Sou um simples frade menor e vou fazer o que o meu provincial mandar, porque a obediência me torna livre”.
Também nunca esquecemos sua palavra lúcida e segura, advertindo “oportuna e inoportunamente” (2Tm 4, 2), bem como sua voz mansa e corajosa em denunciar as injustiças e, sobretudo, sua ternura franciscana, nos leva a afirmar que Dom Aloísio, verdadeiramente, mora em nossos corações.
Peçamos então a Deus, que na sua infinita e inesgotável bondade, chamou Dom Helder e Dom Aloísio à missão de profetizar, que sempre os tenhamos como referência, iluminando-nos e fazendo sempre mais compreender a indispensável força de sua graça, num desejo de nos tornar capacitados a fermentar este mundo em que vivemos na sua realidade cultural, econômico e social, que tanto desafia a humanidade.
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1 Câmara, Dom Helder. Em tuas mãos, Senhor! Paulinas. São Paulo, 1986, p. 11.
2 Ibidem. Dom Helder: o artesão da paz. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2009, p. 88.
3 Saraiva, Geovane (padre). A ternura de um pastor: Cardeal Lorscheider. Fortaleza: Editora Celigráfica, 2009, p. 35.
4 Tursi, Carlo; Frencken, Geraldo (organizadores). Mantenham as lâmpadas acesas: revisitando o caminho, recriando a caminhada. Fortaleza: Edições UFC, 2008, p. 95.
5 Saraiva, Geovane (padre). A ternura de um pastor: Cardeal Lorscheider. Fortaleza: Editora Celigráfica, 2009, p. 22
6 Ibidem, p. 23
Padre Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso