sábado, 15 de setembro de 2012

Jovens a um passo dos atrativos mundanos que esvaziam as suas vidas


ARTIGO: Adísia Sá, Jornalista
Dentre as notícias que me entristecem e preocupam, saliento as que dizem respeito a jovens entre 16 e 24 anos. Pelo que educadores constataram, é nessa faixa etária que está o maior número de desocupados, praticamente uma geração ociosa e exposta a descaminhos e encruzilhadas. Moças e rapazes, na escola ou com cursos concluídos, sem ocupação produtiva de qualquer natureza , expostos às seduções próprias à sua idade. Estão a um passo dos atrativos mundanos que esvaziam as suas vidas, perdendo os melhores momentos para uma definição profissional e social.
Paralelo a esse quadro, não posso deixar de dizer também de minha angústia quando vejo nos jornais, nas colunas especializadas, moças e rapazes em reuniões sociais – na companhia de adultos, muitos, quem sabe, pais e familiares – fotografados com copos de bebidas, ocupantes de mesas tomadas de garrafas…
A cada notícia dessa natureza não posso deixar de pensar numa geração à beira do abismo moral e social, sem sonhos e perspectivas.
Por que – pergunto eu – qual o destino do imaturo cujo espelho é a cumplicidade da família nas chamadas reuniões sociais regadas a álcool? Como poderá ser o amanhã dessa juventude que, em nome do “moderno”, frequenta inferninhos até a madrugada, em companhia de amigos da mesma faixa etária? Quantos pais, também em nome do “isto é normal”, entregam as chaves dos carros para os filhos irem a reuniões de amigos, sem que saibam onde esses encontros acontecem e que os frequentam?
Não posso deixar de falar neste assunto, não apenas pelo que sei e vejo, mas por ter entre familiares adolescentes e jovens – moças e rapazes – expostos, como os de suas idades, aos “atrativos” da vida. Atrativos que nem sempre levam a um trajeto condizente às suas idades.
Ouvia sempre de minha mãe uma expressão que jamais esqueci: “os pais que não fazem o filho chorar, um dia eles é que farão isso”. Volto a dizer: me entristecem as fotos dos pais, com os filhos, bebendo numa mesma mesa.
Não sou de dar opinião a quem não me pede, mas os pais deveriam evitar essa situação, e os colunistas, escolhendo outras fotos para suas páginas, tão sequiosamente vistas e lidas por milhares de leitores, inclusive os jovens.
Fonte: Jornal O Povo (Opinião), Fortaleza, 11 de setembro de 2012.

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