Dentre as notícias que me entristecem e
preocupam, saliento as que dizem respeito a jovens entre 16 e 24 anos.
Pelo que educadores constataram, é nessa faixa etária que está o maior
número de desocupados, praticamente uma geração ociosa e exposta a
descaminhos e encruzilhadas. Moças e rapazes, na escola ou com cursos
concluídos, sem ocupação produtiva de qualquer natureza , expostos às
seduções próprias à sua idade. Estão a um passo dos atrativos mundanos
que esvaziam as suas vidas, perdendo os melhores momentos para uma
definição profissional e social.
Paralelo a esse quadro, não posso deixar
de dizer também de minha angústia quando vejo nos jornais, nas colunas
especializadas, moças e rapazes em reuniões sociais – na companhia de
adultos, muitos, quem sabe, pais e familiares – fotografados com copos
de bebidas, ocupantes de mesas tomadas de garrafas…
A cada notícia dessa natureza não posso
deixar de pensar numa geração à beira do abismo moral e social, sem
sonhos e perspectivas.
Por que – pergunto eu – qual o destino do
imaturo cujo espelho é a cumplicidade da família nas chamadas reuniões
sociais regadas a álcool? Como poderá ser o amanhã dessa juventude que,
em nome do “moderno”, frequenta inferninhos até a madrugada, em
companhia de amigos da mesma faixa etária? Quantos pais, também em nome
do “isto é normal”, entregam as chaves dos carros para os filhos irem a
reuniões de amigos, sem que saibam onde esses encontros acontecem e que
os frequentam?
Não posso deixar de falar neste assunto,
não apenas pelo que sei e vejo, mas por ter entre familiares
adolescentes e jovens – moças e rapazes – expostos, como os de suas
idades, aos “atrativos” da vida. Atrativos que nem sempre levam a um
trajeto condizente às suas idades.
Ouvia sempre de minha mãe uma expressão
que jamais esqueci: “os pais que não fazem o filho chorar, um dia eles é
que farão isso”. Volto a dizer: me entristecem as fotos dos pais, com
os filhos, bebendo numa mesma mesa.
Não sou de dar opinião a quem não me
pede, mas os pais deveriam evitar essa situação, e os colunistas,
escolhendo outras fotos para suas páginas, tão sequiosamente vistas e
lidas por milhares de leitores, inclusive os jovens.
Fonte: Jornal O Povo (Opinião), Fortaleza, 11 de setembro de 2012.
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