Um
novo ano se inicia e, embora sempre existam projetos novos, há também
aqueles antigos, que ainda precisam ser trabalhados. A Igreja católica
traçou para o período de 2011 a 2015 algumas diretrizes para a ação
evangelizadora no Brasil. Dentre essas diretrizes, algumas são urgentes,
como é o caso da ação missionária da Igreja.
Mas por que discutir a
Igreja em estado permanente de missão é assunto urgente? De acordo com o
diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo
Pauletti, a essência da Igreja é ser missionária, uma vez que nasce com o
mandato do próprio Cristo: “Ide a todos os povos e façam que sejam meus
discípulos” (Mt.28,19).
“Assim, a Igreja no
Brasil, em suas diretrizes, assumiu esta urgência missionária. No
documento de Aparecida, os bispos manifestam com clareza que devemos
colocar nossa Igreja em estado permanente de missão”, lembrou o padre.
Desafios
E quem participa
ativamente dessa ação missionária da Igreja são os próprios fiéis, de
acordo com suas vocações. Porém, padre Camilo acredita que hoje a Igreja
sofre com a carência de pessoas que entendam e assumam o espírito
missionário. Para ele, essa falta de consciência missionária é o maior
desafio para a Igreja.
“Estamos estagnados, nos
falta abertura e disposição para sair de nós mesmos e ir ao encontro dos
outros. (...) Precisamos motivar nossos cristãos a sair do seu “eu”, do
seu egoísmo, de sua casa, de sua comunidade, paróquia e diocese, para
ir em missão a outros lugares. Há carências de testemunhas proféticas,
de mártires, referências e modelos de verdadeiros discípulos
missionários”, enfatizou.
E diante dessa realidade, o
diretor das POM disse que é trabalho dos bispos, padres, leigos,
movimentos, comunidades, enfim, de todos os que amam a Igreja ajudar a
despertar vocações missionárias. “Nós procuramos fazer isto, através de
cursos de formação, conselhos missionários, congressos, retiros,
encontros... auxiliar para suprir esta grande necessidade”.
Ano da Fé
Esse trabalho de despertar
vocações missionárias pode ser auxiliado pelo Ano da Fé, uma ocasião em
que o Papa Bento XVI pede mais reflexão sobre a fé católica, o que
acaba levando a uma melhor compreensão do papel de cada cristão católico
na Igreja.
Padre Camilo acredita que
este Ano vem ajudar a reevangelizar os “batizados adormecidos”, além de
ser um tempo de perceber que o Evangelho exige um testemunho mais
radical de vida.
“Temos cristãos só de
nome, mas que não vivem a fé cristã, precisam ser despertados. Outros
necessitam amadurecer. O que nos ajuda para isto é o serviço, a doação, o
despojamento e a gratuidade. Vamos encontrar este valores na missão, na
ação concreta”.
Entre essas ações, o
sacerdote citou as santas missões populares, os grupos de infância,
adolescência e juventude missionária, os vários conselhos e grupos
missionários, projetos de Igrejas Irmãs e a missão ad gentes. “São
(estas ações) sinais e caminhos de uma Fé madura. O grande motivador do
chamado missionário é o testemunho, o exemplo de vida”.
Fonte: cancaonova
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