Catecismo Maior de São Pio X.
Todo
o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém,
falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem
no século vindouro. (Mt. 12,32)
Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de
Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o
Espírito Santo, autor da graça! (Hb. 10,29)
O pontificado do Papa São Pio X de 1903 a 1914 – em seu Catecismo
Maior, ensinou que são seis os pecados contra o Espírito Santo:
O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de
Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao
convite e à advertência do Espírito Santo.
1º – Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na
salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra
condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é
pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.
2º – Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma
idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se
considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que
fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser
perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz
Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o
atributo divino inalienável do Juízo.
O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a
debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a
convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos
dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.
Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.
A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre
o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo
sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar
salvos antes do Juízo.
3º – Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa
Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas
de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos
hereges.
Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao
ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.
4º – Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento
que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo
que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o
bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou
dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz
do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo
do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos
invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho
honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela
graça.
5º – A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro
mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a
ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou
simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de
Deus e rejeita a Salvação.
6º – A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a
Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se
e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao
Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do
Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do
Espírito Santo definitivamente.
Fonte: reporterdeCristo
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