Padre Geovane Saraiva*
Agradecemos
ao bom Deus neste ano 2013, o centenário de nascimento do Monsenhor
André Viana Camurça (11/04/1913-02/08/2011), modelo de sacerdote, nas
esplêndidas virtudes, fosse no diálogo com o povo de Deus, fosse com os
colegas sacerdotes, destacando-se como um referencial nesta Igreja de
Fortaleza. Ocupou as mais elevadas funções na Arquidiocese de Fortaleza,
no pastoreio de Dom Manuel da Silva Gomes, Dom Antônio de Almeida
Lustosa, Dom José de Medeiros Delgado e Dom Aloísio Lorscheider;
exercendo ainda os cargos de Secretário da Educação do Estado do Ceará e
no Conselho Estadual de Educação, exercendo a presidência do mesmo. Aos
03 de fevereiro de 1946, fundou Previdência Sacerdotal, sociedade
civil, beneficente, com personalidade jurídica sem fins lucrativos
(Hospital Cura D’Ars).
Ele foi um ser humano, com uma existência longa, que embora tenha se
esforçado para viver bem e feliz neste mundo, com absoluta certeza teve a
consciência de que a felicidade aqui é relativa, mesmo por causa dos
espaços vazios, lacunas e limites, próprios da vida; ainda mais porque a
convicção assegurou-lhe que esta vida terrena é a antecipação da
felicidade completa, que é a bem-aventurança eterna, segundo a promessa
do Filho de Deus (cf. MT 5, 1-12).
É exatamente por causa da promessa de Jesus de Nazaré, que
agradecemos ao bom Deus o dom maravilhoso da vida do Monsenhor André
Viana Camurça, patrimônio do povo cearense, que após de combater o bom
combate, terminar sua corrida e guardar a fé (Gl 4, 7), foi chamado ao
seio do Pai aos 98 anos de idade, vividos e bem vividos, nesta cidade de
Fortaleza, na manhã do dia 02 de agosto do ano 2011.
O nosso querido Monsenhor Camurça recebeu a missão de anunciar o
Evangelho da salvação, falando ao mundo da importância da fé e da
esperança, do sentido da elevação da alma e do sentido transcendência,
ao mesmo tempo em que abriu para os habitantes deste mesmo mundo, em que
nele foi inserido, as portas do Redentor, nos seus 76 anos de
ministério sacerdotal (1935-2011), na nossa Arquidiocese de Fortaleza.
No seu jeito simples, manso e singelo de viver, no seu amor para com
todos, indistintamente, embora uma característica sua lhe fosse muito
peculiar: de está sempre ao lado dos colegas sacerdotes, nunca se
acovardando diante das circunstâncias, quando alguns sacerdotes passavam
por dificuldades. Quando o mar era agitado e o vento era contrário, lá
se apresentava o querido Monsenhor Camurça, com sua habilidade,
prudência e sabedoria e grande generosidade de coração, na qualidade de
Vigário Geral da nossa Arquidiocese Fortaleza, acalmando as tempestades
(cf. Lc 8, 22-25).
Que a bondade, o espírito de fé e esperança, grande legado deixado
por Monsenhor Camurça, criatura humano santa, profundamente marcada pela
graça de Deus, ao arregaçar as mangas e partir para o campo de ação,
com a missão de anunciar as maravilhas do Senhor, indo ao encontro de
uma porção de homens e mulheres, jovens, idosos e crianças, ávidos em
busca da mensagem de salvação, sendo-lhes sal da terra e luz do mundo,
nos inspire na luta e na mística do dia a dia. “Muito bem servo bom e
fiel, como foste no pouco, irei te constituir no muito, entra na alegria
do teu Senhor” (MT 25, 2).
Homem da qualidade, nos seus dons, talentos, habilidades e
persistência, não surge de um dia para o outro. Ele que gostava de
falar de seu berço familiar e de sua querida mãe, de sua formação no
Seminário da Prainha, vivida em grande parte, na companhia de Dom Helder
Câmara, Dom Hélio Campos, Dom José Bezerra Coutinho e tantos outros
colegas. Mas aqui quero destacar, sobretudo, algo imprescindível e
edificante: seu ministério sacerdotal na Igreja de Fortaleza, como ele
afirmava: “sempre gostei de ser padre; nunca achei ruim ser padre; vivi
sempre satisfeito”. Por este servo bom e fiel, que foi uma pessoa certa
numa hora certa, nesta Igreja pela qual deu a vida, antes e depois do
Concílio Vaticano II, na alegria e na gratidão no centenário do seu
nascimento, neste ano de 2013, que Deus seja louvado!
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