O
motivo mais importante é que Jesus Cristo ressuscitou no Domingo,
inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (=
dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o
Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do
Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica: §2175 – “O
Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede
cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para
os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual
do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com
efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se
praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor
10,11)”.
Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é,
no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando
nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado,
ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram
ao Sepulcro…” Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui
movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana”
(1Cor 16,2).
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Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja,
anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com
alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).
Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo,
dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se
para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do
Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte”
(Carta aos Magnésios. 9,1).
“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da
ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo
dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O
dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da
semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que
Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o
Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)
São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do
sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o
primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo
e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os
mortos“ (Apologia 1,67).
São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o
dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do
Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do
Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de
bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de
justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)
Desta forma a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição da Apostólica
nos mostram porque desde a Ressurreição do Senhor a Igreja guarda o
Domingo como o Dia do Senhor.
Por Prof. Felipe Aquino
Fonte: cancaonova
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